Saudades do professor!
Essa é a última foto que tiramos juntos. |
Hoje faz um ano que o Dila nos deixou. Ele foi e ficou a
saudade dele e de tudo o que ele representou na minha vida. Mas não precisava
partir tão cedo, professor. A gente ainda tinha muita coisa para conversar, para
discutir, para viver.
O Dilair viveu intensamente até que começou a cansar de uma
solidão que se autoconcedeu a partir de um certo tempo. Foi viver em Balneário
Gaivota onde passou o resto de seus dias e plantou, como fez por onde passou,
amizades que devem estar sentindo hoje a mesma saudade que eu sinto.
Estive lá uma semana antes dele partir. Conversamos e até
pensamos na possibilidade dele voltar a Porto Alegre. Não deu tempo. Uma semana
depois, na madrugada, quem sabe sua hora preferida do dia, partiu deixando
um vazio que, mesmo depois de um ano, é difícil de ser preenchido.
Deixou uma filha e dois netos lindos. Deixou seus cadernos
de letras, seus discos de karaokê, seu amor pelo Grêmio e hoje deve estar em
outro plano, quem sabe dando risada deste meu texto difícil de escrever.
Fiquei com uma aliança que ele usava e que adotei para minha
mão direita. A bengala, sua companheira de caminhadas pelas ruas do Balneário
Gaivotas, está no meu escritório. Duas lembranças dele que fazem parte do meu
dia-a-dia.
Escrever lembrando do Dila é uma coisa extremamente
complicada. A saudade faz com que as lágrimas cheguem facilmente aos olhos de
um velho chorão como eu e molhem o mesmo teclado onde tantas vezes escrevi
recados e mensagens para meu velho e querido irmão.
Foi embora o Dilair, deixando aqui o amor que tenho certeza
absoluta é o mesmo que sentia por mim. Deixou exemplos de como viver e fazer
amigos, deixou apertados os corações de muita gente, principalmente as que
conviveram com ele ‘na Gaivota’.
Sabe, professor, eu daria tudo na vida para seguir ‘brigando
contigo’ cada vez que eu falasse mal do Grêmio e tu do Inter. Sabe que, lá no
fundo, quando o Grêmio ganha, eu chego a vibrar sabendo o quanto estarias
feliz.
Pena que hoje eu esteja aqui, sozinho e curtindo a imensa
saudade que ficou com a tua partida. Mas é a vida, professor. Ela nos
proporcionou uma convivência de mais de 70 anos e hoje me faz lembrar de ti com
uma imensa saudade.
Um beijo e um abraço bem apertado, meu velho e querido
Dilair.
Tenham todos um Bom Dia!
Lindo texto repleto de amor e emoção!
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