terça-feira, 15 de setembro de 2015

Opinião

Pagando o Lotação

Marko Petek

Algum tempo atrás alguém em Porto Alegre teve a ideia genial de tornar obrigatório o pagamento das Lotações para o motorista na entrada. O procedimento normal até então era efetuar o pagamento ao sair do veículo.

Provavelmente o gênio que inventou isto não anda de Lotação.  Se andasse, com certeza não o teria  feito.

Quando o pagamento era feito na saída, o motorista estacionava em segurança, o passageiro levantava, entregava o dinheiro, recebia o troco e só após o passageiro sair o motorista seguia em frente.

No novo sistema o passageiro entra e imediatamente o motorista arranca. O passageiro fica em pé procurando o dinheiro que é entregue ao motorista enquanto este dirige. Na sequência, enquanto dirige, o motorista precisa receber o dinheiro, “olhar” para ver quanto recebeu e fazer o troco. Faz isto com uma mão e dirige com a outra, completamente distraído do fluxo de
trânsito enquanto o lotação está andando. O (ou os) passageiro fica sacudindo em pé.

É uma situação muito mais perigosa do que a anterior. Nem me refiro a questão do conforto, mas o que preocupa é o perigo.

A imensa maioria dos motoristas são homens. Eu só sei de uma mulher que dirige para a linha Menino Deus, devem existir outras mas não muitas.

Por uma questão de herança genética a morfologia do cérebro masculino é diferente daquela do cérebro feminino. Isto é um fato científico, não tem nada a ver com machismo ou feminismo. O cérebro feminino evoluiu para conseguir realizar, com eficiência, várias tarefas simultaneamente. Em linguagem informática é um cérebro “multi-task” (multi-tarefa).

Já o cérebro masculino só consegue fazer uma coisa de cada vez. Sabemos mesmo que somos mais limitados. Ou seja, por mais boa vontade que os motoristas homens tenham eles não conseguem dirigir e receber pagamentos ao mesmo tempo.

Alguns motoristas e linhas já pedem que o pagamento seja feito na saída, mas a maior parte está seguindo as orientações da EPTC.

É hora de rever isto antes que algo mais grave aconteça.

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