segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Opinião

A volta dos caranguejos!

Quem já viu sabe como é deprimente um balaio de caranguejos. Quando algum deles tenta sair do balaio, os demais puxam tentando impedir que o companheiro salte. Quanto maior o balaio, maior o número de caranguejos e maior o número dos que tentam impedir a liberdade dos outros.

Como já escrevi aqui mesmo, a questão do Cais Mauá faria com que fossemos obrigados a conviver, novamente, com os caranguejos de sempre, ou seja, aqueles que não aceitam nenhum tipo de mudança na cidade, a não ser a que eles querem.

Mas o pior é que os argumentos são sempre os mesmos. Impacto ambiental é o primeiro que surge. Depois aparecem os impactos urbanístico e econômico. Se não colarem, como normalmente não colam, partem para a “ocupação” do espaço, armando barracas, montando piquetes, faixas, cartazes e, quando nada conseguem, acabam até apelando para pessoas que tiram a roupa protestar.

Na sexta-feira, dia 29, durante a audiência pública para apresentação do Estudo de Impacto Ambiental, uma claque antecipadamente preparada e afinada, vaiou aos que defendiam o projeto e bateram palmas para os que criticavam.

Tem um grupo, chamado de Cais Mauá de Todos, que já anunciou medidas judiciais para barrar a proposta. Criticam a construção de torres comerciais e de um shopping, mas salientam que não são contra a revitalização do Cais Mauá, mas contra o modelo que, segundo eles, “induz a população a aceitar o projeto como está”, nas palavras do sociólogo João Violino, porta-voz do grupo.

São inflexíveis, mesmo diante das informações de que o complexo injetará R$ 927 milhões por ano na economia gaúcha, que durante a construção do empreendimento, poderá gerar mais de 19 mil postos de trabalho, sendo que destes, 87% serão para trabalhadores com nível educacional básico ou médio. Finalmente, quando em funcionamento, o complexo do Cais Mauá poderá gerar mais de R$ 216 milhões em tributos a cada ano.

Mesmo assim, não existe argumento para os caranguejos que, provavelmente, querem que tudo fique como está ou, quem sabe, que sejam criados barracões para os sem teto, espaço para feiras-livres, área de recreação para crianças carentes, churrasqueiras para a população aproveitar nos finais de semana e barracas para a venda de cachorro quente, algodão doce, refrigerante e churrasquinho.

Não me entendam mal, por favor. Não sou contra os sem teto, nem contra as crianças carentes e muito menos contra os vendedores de guloseimas. Acho que todos merecem seus espaços, desde que não interfiram na criação de novos e modernos ambientes na cidade.

Uma luta de mais de 10 anos, quando se aproxima de um final feliz, não pode ser tratada simplesmente com a fúria, muitas vezes ideológica, dos que teimam em ser caranguejos no balaio. A revitalização do Cais Mauá é algo que a população espera e deseja e que, durante anos, foi torpedeada por figuras bem conhecidas da política e de organizações que patrulham permanentemente aquilo que não é de seu interesse. Ou é, não sei.
O pior de tudo, é que tão logo o Cais Mauá seja revitalizado, os caranguejos serão os primeiros a desfrutar dos benefícios que chegarão com a modernização do local. Alguém esqueceu, por exemplo, da Edvaldo Pereira Paiva, que foi revitalizada e ampliada apesar dos protestos da mesma caranguejada que hoje se volta para o Cais? Será que algum deles deixou de utilizar a avenida depois de pronta?

Finalmente, um alerta: cuidado, os caranguejos estão de volta!

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