Prejuízo só para alguns!
Acabei de ouvir o Ministro da Advocacia-Geral da União, Luis
Inácio Adams, afirmar que “a posição do governo federal é pela manutenção dos
termos do contrato, ou seja, manter a decisão de efetuar o bloqueio das contas
do RS em caso de inadimplência”.
A afirmação foi feita durante encontro do governador José
Ivo Sartori, do ministro do STF, Marco Aurélio Mello, do presidente do Tribunal
de Justiça, José Aquino Flôres de Camargo, do presidente da Assembleia
Legislativa, Edson Brum e do procurador-geral do Estado, Euzébio Ruschel,
quando se buscava uma alternativa para evitar novos bloqueios das contas do
Estado.
A posição clara de Luis Adams, não deixa nenhuma dúvida de
que o governo federal não admite nem admitirá qualquer tipo de falta de
pagamento por parte do governo estadual, mesmo que isso signifique o que já
sabemos, ou seja, o parcelamento no pagamento dos salários dos funcionários
públicos.
Esquece o ministro Adams, que ninguém mais que o governo
federal não paga suas contas, não repassa o dinheiro devido, sangra os cofres
dos estados e municípios brasileiros, é responsável por um déficit oficial de
mais de R$ 30 bilhões no orçamento e busca, de todas as formas, aumentar e
criar impostos para poder sustentar sua incapacidade para gerenciar as finanças
públicas.
Mas não tem qualquer tipo de decência ou vergonha ao exigir
que seus devedores paguem a conta em dia, esquecendo que o partido que está no
governo e que apoia a criação de novos impostos para tapar o buraco nas contas federais,
é contra o aumento de impostos aqui no Estado, sob o argumento de não
prejudicar o contribuinte. Ao lado do PT, os inexpressivos PSol e PCdoB, cujos
representantes recebem seus salários absolutamente em dia e integralmente, são
contrários ao aumento de impostos no RS, mas apoiam o mesmo aumento no âmbito
federal. Seria muito bom que os funcionários públicos, aqueles que,
diferentemente dos deputados, receberam R$ 600 no final do mês, estejam atentos
para quem bate no peito para se dizer defensor do funcionalismo, mas que está
com a carteira recheada e com as contas em dia.
Por outro lado,. Enquanto dura o impasse, enquanto o governo
não encontra saída para poder honrar seus compromissos com o funcionalismo, a
greve que fecha escolas, mantem a polícia e a Brigada Militar longe de suas
atividades normais, deve seguir até o dia 11, colocando a população em grande
risco e impedindo que alunos tenham aulas normalmente.
Acho que o funcionalismo tem o direito de lutar pelo que é
seu, mas não acho que tenha o direito de prejudicar quem não é responsável
pelos fatos. Quando alguém morre por falta de segurança, quando alunos perdem a
oportunidade de receber um ensinamento digno, tem que haver um responsável.
Jogar tudo nas costas do governador, me parece injusto, principalmente quando o
governo federal e seu partido exigem o cumprimento daquilo que não cumprem.
O prejuízo não pode ser só para alguns!
Tenham todos um Bom Dia!
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