As razões do Gringo – 2
Na semana passada, quando alguns veículos tratavam o
governador José Ivo Sartori como um verdadeiro judas em relação ao
funcionalismo público, fiz um comentário, aqui mesmo, falando sobre ele e sua
decisão de parcelar o salário dos servidores estaduais.
Defendi como tenho feito sempre, o direito dos trabalhadores
de receberem seus salários em dia, sem parcelamento. Até comentei que muitos
servidores do Estado ganham muito pouco.
Fiz uma ressalva, o que motivou muitos apoios ao que escrevi
e algumas poucas discordâncias. Certamente de trabalhadores indignados por ter
o salário parcelado, pagando juros sobre contas atrasadas, sem que tivessem qualquer
tipo de culpa.
Falei que não acreditava que algum homem público, o Governador,
por exemplo, simplesmente por querer massacrar o funcionalismo, por prazer ou
algo parecido, decidisse pagar salários em parcelas, criando um confronto e uma
barreira quase intransponível entre ele e o funcionalismo.
Se um governante toma a decisão tomada pelo Sartori,
certamente, o fez baseado em fatos relevantes que determinaram tal atitude. No
caso, como se ficou sabendo logo, foi o descalabro das contas públicas, a total
falta de dinheiro e a ingovernabilidade das finanças.
Conheço o Gringo faz muito tempo e sei da seriedade com que
trata as coisas públicas. Tanto é verdade que foi prefeito de Caxias do Sul,
uma das maiores e mais desenvolvidas cidades do RS, por duas vezes e, para
completar, elegeu seu sucessor. O voto dos caxienses, pelo menos para mim, é
prova de que a administração da cidade andou muito bem com o Sartori.
Hoje, escutando sua fala antes da coletiva em que anunciou a
regularização do pagamento dos salários do funcionalismo, ouvi dele as
informações que deveriam ter sido analisadas antes, principalmente no momento
de escrever matérias pesadas contra ele. Se bem que a motivação para a campanha
contrária ao governo estadual passa por outros motivos que, lamentavelmente,
também envolvem dinheiro.
Como estamos no dia 11 de agosto, fica fácil fazer a conta e
ver que o salário, em tese, sofreu um atraso de poucos dias, o que deve
representar muito, concordo, para quem depende dele. Mas para o Gringo deve
representar muito mais. Representa, no meu entender, o alívio por poder cumpri
com o compromisso sagrado de pagar os salários dos trabalhadores. Representa,
também, a certeza de que o parcelamento foi a prova de que alguma coisa precisa
ser feito para que o Rio Grande do Sul, finalmente, encontre o caminho da
solução para problemas tão graves. Se ninguém fizer isso, logo teremos novos
governantes que se elegerão prometendo aquilo que não poderão cumprir, mentindo
para o funcionalismo e massacrando o Estado.
Nunca duvidei, mas hoje entendo ainda mais as razões do
Gringo.
Machado Filho
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