terça-feira, 28 de julho de 2015

Radioatividade

Começou a 16ª fase da Lava Jato


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (28/7) a 16ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Radioatividade. Em Brasília, ao menos parte das buscas foi feita no edifício da Eletronuclear, no Setor Bancário Norte. O objetivo da ação é investigar contratos fechados por empreiteiras com a estatal, suspeitos de terem sido obtidos por meio de formação de cartel, combinação prévia de licitações e pagamento de propinas a funcionários públicos. Foram presos o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e Flavio David Barra, presidente global da Andrade Gutierrez Energia.

Esta fase, conduzida pela PF e procuradores do Paraná, autorizada pelo juiz Sergio Moro, não envolve diretamente políticos, mas chega a nomes importantes da República, já que remete às denúncias relacionadas  a Angra 3. A parte do processo que está na Procuradoria-Geral da República sobre a mesma usina nuclear envolve o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carneiro e o advogado Tiago Cedraz, segundo investigadores da Lava-Jato.

São cumpridos 30 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão e dois de prisão temporária, por cinco dias. A PF ainda cumpre cinco mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada de maneira forçada para prestar um depoimento ou fornece as informações dentro de sua própria residência. Depois disso, o investigado é liberado.

Em delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, disse que pagou R$ 1 milhão para o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, para influenciar uma licitação em Angra 3. O advogado nega as suspeitas. Em outra delação, o então presidente da Camargo Corrêa, disse que havia uma “promessa” de pagamento de propina de 1% dos contratos na usina para o PMDB e diretores da Eletronuclear. Uma parte do dinheiro iria para o então presidente da estatal Othon Luiz Pinheiro da Silva.

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