terça-feira, 21 de julho de 2015

Bom Dia!

Fisgando peixe grande!

Com a condenação de ex-dirigentes da Camargo Correa e o indiciamento de Marcelo Odebrecht, parece que, finalmente, estamos dando um largo passo para atingir o coração da corrupção no Brasil. Os intocáveis, os de colarinho branco, os amigos dos graúdos do poder, finalmente estão na cadeia.

Mas, mesmo diante de fatos devidamente comprovados, não querem se entregar. Prova é que, mesmo presos, seguem esperneando e tentando derrubar quem se atravessa no caminho que abriram para seus atos corruptos.

Um exemplo é o que a PF detalha no relatório que justifica o indiciamento de Marcelo Odebrechet. Como ilustração, reproduzo trechos de matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo.

A Polícia Federal sustenta ter encontrado indícios de que o presidente da maior empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht, lançou mão de uma estratégia de confrontar as investigações da Operação Lavas Jato, buscando criar “obstáculos” e “cortinas de fumaça”, que contaria com “policiais federais dissidentes”, dupla postura perante a opinião pública, apoio estratégico de integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ataques às apurações internas da Petrobrás.
“O material trazido aos autos aponta para o seu conhecimento e participação direta nas condutas atribuídas aos demais investigados, tendo buscado, segundo se depreende, obstaculizar as investigações”, informa o delegado da polícia federal Eduardo Mauat da Silva, um dos coordenadores da equipe da Lava Jato”

O delegado ainda esclarece, em seu relatório, que Marcelo tinha pleno e total conhecimento do envolvimento da Odebrecht no esquema criminoso e que, mesmo assim, tentava adotar uma postura de confronto, inclusive envolvendo agentes da PF.

Um dos pontos mais graves da conduta atribuída a Odebrecht para tentar neutralizar as investigações seria a “utilização de ‘dissidentes’ da Policia Federal. No Relatório de Análise 417/2015, da PF no Paraná, consta: “Marcelo ainda elenca outros passos que devem ser tomados identificando-os como ‘ações B’, tido aqui como uma espécie de plano alternativo ao principal.”
“Dentre tais ações estão ‘parar apuração interna’, ‘expor grandes’, 'desbloqueio OOG’ (Odebrecht Óleo e Gás), ‘blindar Tau’ e ‘trabalhar para anular (dissidentes PF…)’. Chama a atenção esta última alternativa, cuja intenção explícita de Marcelo Odebrecht, conforme suas próprias palavras, é para/anular a Operação Lava Jato.”
Em outro ponto das anotações do empreiteiro analisadas pela PF, foi identificada a menção a “dissidentes PF…”.
“Uma referência clara à Polícia Federal, ou pelo menos a alguns de seus servidores, ora, ao que parece pela leitura do todo (anotações), Marcelo teria a intenção de usar os ‘dissidentes’ para de alguma forma atrapalhar o andamento das investigações, e, se levarmos em consideração as matérias (grampo na cela, descoberta de escuta, vazamento de gás, dossiês) veiculadas nos vários meios de comunicação, nos últimos meses, que versam sobre uma possível crise dentro do Departamento de Polícia Federal, poder-se-ia, hipoteticamente, concluir que tal plano já estaria em andamento.”

Ao ler o texto do Estadão e de outros veículos de imprensa, fico imaginando o tamanho da sujeira, o imenso volume de corrupção e o quanto ainda resta ser apurado. Dos chamados peixes grandes, parece que os primeiros estão sendo fisgados. Mas a sensação clara que fica é que existem os maiores, aqueles que buscam habeas corpus, os que tentam anular investigações e os que passaram anos se locupletando do dinheiro sujo das propinas.

Tudo sem falar naqueles que insistem em afirmar que nada está acontecendo, que são fatos antigos que sempre existiram, numa tentativa clara de querer discursar como faziam há mais de trinta anos. Os que pregavam a moralidade, a decência e a transparência, querendo convencer a todos de que eram diferentes dos demais, seguem imaginando que somos um bando de idiotas que acreditam na pureza dos que roubam descaradamente. Para eles, os ladrões, os corruptos e os mentirosos são vitimas da ’imprensa golpista’.

Tenham todos um Bom Dia!


Música: Vivo per lei
Intérpretes: Andrea Bocelli e Giorgia
Pedidos: Maria Eduarda, Sonia Renze e Júlia Souza.


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