Acho que estamos perdidos!
Lamento dizer, mas acho que estamos irremediavelmente
perdidos. Afinal, num país onde um político é cassado, retirado da presidência
da República por ladrão, se elege Senador e agora é investigado por ladrão,
pode se ter esperanças?
Se bem que não há como negar que o cara tem pedigree. Quando
foi cassado, um dos motivos era uma Fiat Ellba, um carro popular que vaia muito
pouco.
Ontem (14), Collor de Mello teve apreendidos na mesma Casa da Dinda onde
morava quando era presidente, uma Ferrari de quase R$ 2 milhões, um Lamborghini,
de quase R$ 4 milhões e mais um Porsche cujo valor não foi revelado, mas que não
deve ser pouca coisa.
Acusado de estar sendo investigado por ter recebido alguns
milhões em propinas no esquema da Petrobras, Collor ainda foi para a tribuna do
Senado e lascou o pau na Polícia Federal. Atacando diretamente ao procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, depois de se considerar “constrangido e humilhado”,
o “caçador de marajás” gritou que os procedimentos de investigação teriam
extrapolado os limites da legalidade. Além disso, chamou as buscas feitas pela
PF, de “arrombamento”. Para Collor, foi “uma operação espetaculosa, midiática,
com vários helicópteros, dezenas de viaturas e maldosamente orquestrada pelo
procurador-geral da República”.
Antes dele, seu aliado e companheiro fiel, Renan Calheiros
leu em plenário uma nota criticando a atuação da PF e afirmando que “causa
perplexidade alguns métodos que beiram a intimidação”.
Agora me respondam uma coisa: em algum outro país,
minimamente civilizado e decente, coisas assim acontecem num parlamento digno?
Será que um parlamentar acusado de receber milhões em propinas, investigado por
roubo, com antecedentes nada recomendáveis, pode ter a capa estendida pelo
presidente do Senado para lhe defender?
Enquanto isso, o ex-presidente da República se reúne com a
atual presidente e seus ministros para determinar o que deve ser feito para
acabar com a atual crise econômica. O detalhe é que, ao sair da reunião, Lula
afirmou que “a crise atual ainda vai piorar”.
Juro que não sou pessimista, mas começo a achar que estamos
perdidos!
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