Lá em São Gabriel, os mais velhos tinham o costume de reclamar dos preços afirmando que tudo estava "pela hora da morte". Confesso que nunca entendi muito bem a relação, mas como escutava o que eles diziam, acabei usando a frase, também.
Ontem, quando cheguei para almoçar, minha mulher disse que havia comprado um botijão de gaz para ficar de reserva, mas que estava apavorada com o preço. "Paguei R$ 57 pelo botijão (só o gaz) e, quando reclamei, o entregador me disse que na periferia o preço chega a R$ 59".
Fiquei matutando sobre o assunto e juro que não consegui visualizar o futuro dos que, por circunstâncias que todos conhecemos, ganham muito pouco, moram nas partes mais retiradas da cidade e precisam cozinhar para alimentar suas famílias, normalmente numerosas.
Também não alcancei os motivos que levaram, depois que a presidente Dilma prometeu, na campanha, que não haveria aumentos de preços, que a Petrobras era autossuficiente na produção de petróleo, onde provavelmente estava incluído o gaz de cozinha, a um aumento cada vez maior do preço do botijão de 13 litros, o mais consumido pelas famílias. A cada mês o preço é maior.
Mesmo com o preço da lenha, para quem mora em casa, uma solução seria o fogão de ferro, daqueles antigos ou, quem sabe, um fogareiro de brasas.
Mas quem mora em apartamento, como eu, vai fazer o quê? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, então é me conformar e sugerir para a Ana Helena que diminua a quantidade de doces, bolos e outras guloseimas que ela costuma preparar. Na pior das hipóteses, comprar um fogareiro, daqueles a querosene. Como no tempo da minha vó!
Tenham todos um Bom Dia!
O Som do Dia
Na voz inconfundível de Nat King Cole, When i fall in love.
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