terça-feira, 26 de maio de 2015

CPI da Petrobras

Ex-diretor tratou de doações ilegais com Vaccari


Em depoimento na CPI da Petrobras, nesta terça, o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite, que cumpre prisão domiciliar e aderiu à delação premiada, confirmou que conheceu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, em 2010, e que, primeiro, tiveram um encontro formal, na qual trataram de doações legais e campanha.

— Primeiro, houve uma conversa institucional, como funcionava doação eleitoral na Camargo. Houve uma segunda reunião, aí foi diferente. Ele (Vaccari) disse que a Camargo estava em débito com a Diretoria de Engenharia no pagamento de propina e que se a empresa não desejava liquidar isso com pagamento de campanha eleitoral para o PT. A resposta foi que não iríamos proceder desta forma - disse Leite.

Ele também fez um relato do esquema, falou de reuniões e afirmou que, ao assumir a diretoria de Óleo e Gás, em 2009, teve que manter os acordos de corrupção pré-existentes e cumprir esses contratos, que se iniciaram em 2002.

— Herdei uma prática e tive que administrar. Em meus depoimentos reconheci os ilícitos praticados juntos a Petrobras. Recebi dos meus antecessores uma situação pré-existente. A situação preexistente consistia em contratos que foram celebrados através de consultorias a partir de 2002. Tive que administrar os procedimentos adotados — disse Eduardo Leite.

O ex-diretor trabalha há 21 anos na Camargo Corrêa, onde entrou como estagiário. Leite disse ainda que manteve contatos co Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Pedro Barusco, João Vaccari e Júlio Camargo, José Janene, entre envolvidos no esquema. Ele contou que, de Youssef, recebeu cerca de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 500 mil do próprio e mais de R$ 1 milhão da empresa Samco, via o doleiro.

Ao ser questionado pelo relator da CPI, Luiz Sergio (PT-RJ), Leite disse que, quando assumiu a diretoria de óleo e gás, foi passado a ele os compromissos de propina, os contratos ganhos e os assumidos. Ele afirmou que não foi lhe passado um histórico, mas, que pelo que teve conhecimento, os grandes movimentos ocorreram a partir de 2006.

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