sexta-feira, 17 de abril de 2015

Foragida

Cunhada de Vaccari estava no Panamá


Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, estava no Panamá quando sua prisão preventiva foi decretada na última quarta-feira. As informações foram confirmadas  pelo advogado dela, Cláudio Pimentel. Ele disse que Marice se entregará no início da tarde à Polícia Federal em Curitiba.

Assim que soube da prisão, Marice, que estava viajando há cerca de duas semanas, teria providenciado seu retorno ao Brasil, comentou o advogado. Pimentel disse não saber ao certo o que sua cliente fazia no Panamá, declarando apenas que ela participava de um congresso.

 - Não tenho ideia de que Congresso era, disse o advogado.

O Panamá é reconhecidamente um paraíso fiscal e já apareceu em outras investigações da Lava-Jato, como a relacionada ao ex-ministro José Dirceu _ que abriu uma filial da JD Assessoria e Consultoria Ltda no Panamá e viajou frequentemente ao país desde 2008. Muitos dos alvos da operação, como os delatores Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobrás), Julio Camargo (lobista de empreiteira) , o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás) tinham offshores no Panamá para movimentar contas fora do Brasil.

Segundo o advogado da cunhada de Vaccari, Marice chegou na madrugada desta sexta-feira em São Paulo e já segue, ainda não se sabe se de carro ou avião, para Curitiba.

Na quarta-feira, o delegado da Polícia Federal de Curitiba, Igor Romário de Paula, disse que não havia registro nem de entrada e nem de saída de Marice do país - o que levou a Polícia Federal a descartar que ela estava fora do Brasil. Até o início de quinta-feira, a PF considerava Marice foragida da Justiça.

Na última quarta-feira, após ser preso na 12ª fase da Operação Lava-Jato, Vaccari disse que Marice poderia estar no Panamá ou na Costa Rica.

Contra Maurice, pesam suspeitas que, para o juiz Sergio Moro, justificam sua detenção temporária. De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), ela é suspeita de ser destinatária do dinheiro do esquema de corrupção. Ela teria adquirido um apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empresa OAS por R$ 400 mil, conforme as investigações. Este mesmo imóvel, teria sido vendido pela empreiteira por um valor menor.

— Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro — disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

Em 2011, Marice declarou ter recebido R$ 100 mil como assalariada da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas e R$ 240 mil de indenização por acidente de trabalho e FGTS. A Justiça diz que ela nunca sacou o fundo.

Além disso, ela já havia sido citada por delatores como receptora de dinheiro desviado da Petrobras. Durante a operação de ontem, a PF também cumpriu um mandado na casa de Marice e apreendeu vários documentos. (Com O Globo/Conteúdo)

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