terça-feira, 17 de março de 2015

Tesoureiro do partido

PT quer se livrar de Vaccari

Vaccari e sua mochila - Foto: Estadão
Mesmo que publicamente a presidente Dilma Rousseff declare que não acredita que o indiciamento de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT tenha reflexos no governo, o partido já estuda uma estratégia para se descolar dele. A cúpula do Partido dos Trabalhadores pressiona o tesoureiro a deixar o cargo, já que dirigentes consideram a situação de Vaccari como “insustentável”.

Em 2005, durante a apuração do mensalão, o então tesoureiro, Delúbio Soares, foi expulso do PT, numa clara tentativa de acalmar a opinião publica. Só que, em julho de 2011, ele foi readmitido nos quadros do partido, com festa. Foi a estratégia que o PT encontrou para tentar limpar a imagem do ex-tesoureiro com vistas ao julgamento no STF. Não adiantou; Delúbio foi condenado e hoje cumpre pena em regime aberto.

Vaccari Neto foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. Ele teria intermediado doações de R$ 4,2 milhões de empresas investigadas e que, na verdade, tinham origem no propinoduto da Petrobras. No período de 2008 a 2010, foram 24 repasses de empreiteiras.

O tesoureiro foi citado nos depoimentos de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Pedro Barusco. Todos afirmaram que João Vaccari Neto era responsável por receber propinas em nome do PT. Entre 2003 e 2013, conforme Barusco, Vaccari teria recebido 50 milhões de dólares. O valor desviado para o PT, com a participação do tesoureiro, seria de US$ 200 milhões. Foi Barusco quem esclareceu o significado da palavra “Moch”, que aparecia nas planilhas de divisão do dinheiro. Tratava-se do apelido de Vaccari – “mochila”, acessório que ele usa sempre.

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