quarta-feira, 11 de março de 2015

Bom Dia!

A banalização do roubo!


Foi com muita perplexidade que assisti, durante quase toda a tarde, o depoimento do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, na CPI que apura o bilionário pagamento de propinas na nossa maior estatal. Perplexidade que me acompanhou ao assistir os noticiários de televisão e ouvir de um comentarista exatamente o termo que uso para dar título a este comentário.

Com a maior tranquilidade, Barusco foi relatando a maneira como funcionava o esquema, quem pagava, quem recebia, nominando pessoas e partidos. Algo tão espetacular que o ex-gerente falava em milhões de dólares como quem fala em dezenas de reais.

No verdadeiro circo de horrores em que se transformou seu depoimento, Barusco contou que no final dos anos 90, durante o governo FHC, recebia propinas individualmente, ou seja, um esquema que rendia um ganho extra para ele. Somente com a chegada do PT ao governo, a propina foi institucionalizada.
Com riqueza de detalhes, o ex-gerente foi contando aquilo que já dissera em depoimento na sua delação premiada. Contou que em 2010, atendendo pedido de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, recebeu da empresa SBM Ofshore, a importância de US$ 300 mil. O dinheiro foi entregue, “num acerto de contas” ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os trezentos mil dólares eram destinados a um “reforço” de caixa para a campanha de Dilma Rousseff à presidência. “A doação foi feita ao PT, ao João Vaccari Neto”, confirmou.

Na maior naturalidade, questionado por alguns deputados, Barusco disse que dividia as propinas com Renato Duque e que os US$ 97 milhões depositados na Suiça, serão devolvidos.
Também, com total clareza, contou que seus encontros com Vaccari e Duque, quando tratavam da divisão das propinas, eram realizados em hotéis do Rio e São Paulo.

O incrível foi assistir às tentativas de parlamentares petistas querendo forçar Barusco a envolver o governo de FHC no esquema. A fúria petista passava a impressão nítida de que, ao se verem completamente perdidos, queriam, e querem dividir com o governo anterior toda a roubalheira institucionalizada por eles nos governos Lula e Dilma. Acham que, com isso, podem amenizar as irregularidades cometidas por representantes oficiais do PT. Esqueceram, quem sabe, que tiveram 12 anos para investigar governos passados, e não fizeram.
Ao relembrar a reunião da CPI da Petrobras, com nomes de várias figuras destacadas da política sendo mencionadas como mentores ou participantes do maior escândalo da história brasileira, com a revelação de que as propinas pagas atingiam muitos milhões de dólares, fui obrigado a concordar com o comentarista político da TV: BANALIZARAM O ROUBO!

Tenham todos um Bom Dia!

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