PMDB
tinha rede de operadores na Petrobras
Diferentemente
do PT e PP que tinha operador nas diretorias da Petrobras, indicados pelas
siglas, o PMDB
tinha uma rede de operadores no esquema do petróleo, atuando em diversas
frentes – cada uma, com um interlocutor em diretorias da estatal.
As investigações indicam que o modelo peemedebista na Petrobras
reproduzia a organização descentralizada do partido, loteado por diversos
caciques e principal aliado do governo. Cada operador atuava para um padrinho,
reportando-se a uma pessoa ou grupo de poder, e não à legenda como um todo.
Em depoimento à Justiça, o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu que, além de operar para o PP, que o
indicou ao cargo, também passou num determinado momento a atender o PMDB. O
ex-diretor disse que começou a repassar dinheiro a peemedebistas após acordo
para permanecer no cargo. A barganha foi a saída encontrada por ele para conter
investida de uma ala da legenda, que se articulou para derrubá-lo da cúpula da
companhia petrolífera.
A negociação com o PMDB ocorreu quando Costa se afastou por
meses do cargo para tratar uma doença adquirida em viagem à Índia. Segundo
interlocutores, após voltar ao Brasil, o então diretor teve uma infecção
generalizada e chegou a ser desenganado pelos médicos. Aproveitando-se da
vacância, uma ala do partido teria se articulado para substituí-lo pelo
ex-gerente executivo Alan Kardec.
No depoimento, Costa contou que, depois de recuperado, esteve em
Brasília e costurou o apoio à sua manutenção no cargo com um político do PMDB. Costa
dirigiu a área de Abastecimento e Refino da Petrobras de 2003 a abril de 2012.
Baiano
- Segundo as investigações, paralelamente, outro grupo do PMDB
também se beneficiava do esquema por meio do consultor Fernando Soares, o
Fernando Baiano - que está preso na superintendência da Polícia Federal no
Paraná e teve R$ 8,5 milhões bloqueados nas contas de duas de suas empresas. A
defesa de Baiano nega que ele tenha participado de esquema de corrupção na
estatal.
A força-tarefa da Lava Jato, porém, concluiu que Baiano tinha influência na Diretoria Internacional, comandada até 2008 por Nestor Cerveró. No PP e no PT o esquema tinha operadores únicos, que atuavam para atender aos partidos como um todo, conforme os investigadores. No caso do PP, o operador era o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção na estatal petroleira.(Com Veja/Estadão)
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