Engevix enviou contratos falsos à CPI
A construtora Engevix enviou à CPI mista da
Petrobras documentos classificados como fraudulentos pela Justiça Federal do
Paraná. São notas fiscais e contratos de prestação de consultoria com a
Empreiteira Rigidez, a MO Consultoria e a GFD Investimentos. As três empresas,
no entanto, são de fachada, segundo já admitiu o doleiro Alberto Youssef, que
as controlava, e os serviços não foram feitos. O vice-presidente da Engevix,
Gerson de Mello Almada, é um dos executivos que permanecem presos em Curitiba.
Na decisão em que
determinou a prisão de executivos, o juiz Sérgio Moro disse que a apresentação
destes mesmos contratos e notas poderia ser considerado crime de uso de
documento falso. “Para surpresa deste Juízo, parte das empreiteiras omitiu-se,
mas, o que é mais grave, parte delas simplesmente apresentou os contratos e
notas fraudulentas nos inquéritos, o que caracteriza, em tese, não só novos
crimes por uso de documento falso, mas também tentativa de justificar os fatos
de uma forma fraudulenta perante este Juízo, afirmando como verdadeiras
prestações de serviços técnicos de fato inexistentes”, disse Moro. “No mínimo,
apresentando a documentação falsa em Juízo, deveriam ter esclarecido o seu
caráter fraudulento. Jamais poderiam simplesmente apresentar documentos
fraudados ao Judiciário, sem desde logo esclarecer a natureza deles”, ressaltou
o juiz.
Os documentos enviados
à CPI são os mesmos atacados por Moro. A Engevix mandou, inclusive, os mesmos
ofícios encaminhados para a Polícia Federal em 27 de outubro. Afirma que as
notas fiscais e os contratos firmados por dois consórcios liderados por ela com
as empresas de fachada de Youssef foram para “serviço de consultoria para o
desenvolvimento de negócios e mediação”. São quatro contratos apresentados e 22
notas fiscais. Os consórcios que aparecem nos contratos são Rnest O. C.
Edificações e Integradora URC. Os dois atuam em obras da Petrobras.
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