Amnésia: epidêmica ou
conveniente?
Desde que o mundo é mundo, a vida e os fatos se repetem
constantemente. De uma forma ou de outra, as coisas que acontecem hoje já aconteceram
algum dia. Aliás, esta é uma tese defendida pelos componentes do atual governo,
em todas as suas instâncias; “nós estamos fazendo, pois nos governos passados
também foi feito”.
Agora mesmo, acabo de ler uma declaração do governador Tarso
Genro (PT) criticando a candidata Ana Amélia lemos (PP), partido que faz parte
da base aliada do governo federal. Disse o petista: “Se elegermos esta senhora
que representa a direita aqui no Estado, a visão autoritária, o atraso que
representou o governo Yeda irá voltar, não se iludam. Ela irá terminar com as
conquistas que tivemos, inclusive o sistema de participação popular”.
Sobre o grande escândalo que envolve a Petrobras, Dilma
Rousseff (PT) já se antecipou e declarou que desconhecia a existência de algum “malfeito”
na estatal e que, se tivesse recebido informações, teria adotado medidas contra
eventuais irregularidades.
Todos lembram do começo da apuração do esquema do mensalão,
algo muito parecido com o que ocorre, faz tempo, na Petrobras, mas que Dilma não
sabia. Naquela época, o então presidente Luiz Inácio (PT) se mostrou abismado
e disse que “não sabia de nada”. Lula se disse enganado por companheiros de
muitos anos. Mais tarde, é claro, voltou atrás e passou a defender seus “cumpanheros”
que acabaram, mesmo que condenados por formação de quadrilha, corrupção e muito
mais, virando heróis para seus correligionários.
É aí que entra a estranha epidemia de amnésia que costuma
tomar conta dos governantes nestas ocasiões. Se aqui Tarso esquece que o PP é
aliado de seu partido no governo federal, e tenta transformá-lo em dois
partidos, um que apóia Dilma e outro que apóia Ana Amélia, na República Dilma
diz que não sabia de nada e desconhecia possíveis irregularidades na Petrobras.
Mesmo que tenha sido ministra de Minas e Energia, Chefe da Casa Civil e
presidente do Conselho Administrativo da Petrobras quando foi feita a compra da
refinaria de Passadena, que gerou mais de R$ i bilhão de prejuízo para a
estatal. Ela, na ocasião, disse que foi “mal informada por um relatório falho”.
Deve ter esquecido que tinha obrigação de saber, minuciosamente, todos os
detalhes da compra e só autorizá-la com plena convicção de que se tratava de um
bom negócio. Esqueceu deste detalhe.
Precursor da epidêmica ou conveniente amnésia petista, Lula não sabia nada
sobre o mensalão, como Tarso esqueceu que o PP é apoiador de seu partido e
Dilma não sabia de malfeitos na Petrobras.
Gente sem memória essa que governa o Brasil, não?
Tenham todos um Bom Dia!
PS: Este comentário foi inspirado num post, no Facebook, de meu amigo Rick Jardim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário