Para quem,
como eu, já sentia falta e saudade dos belos textos do César Cabral, uma boa
notícia: ele está de volta. E retorna com uma crônica que vocês não podem deixar
de ler, não só pela qualidade, mas pela atualidade, bom humor e verdade. Bom
retorno, meu querido amigo!
Boa leitura e tenham todos um Bom Dia!
Voltei
César Cabral*
Há meses
não publico nenhuma crônica e nenhum artigo, pois estou muito ocupado a
escrever mais um livro. Fiz uma pausa e escrevi e também publiquei no meu site http://cesar-cabral.blogspot.com.br/
um artigo quando meu amigo de mais de duas décadas, Xyco Theóphilo, jornalista
e depois publicitário, morreu em apenas quatro dias de internação numa UTI de
um hospital após ter sido atacado por uma violenta bactéria.
Mas é
difícil, nesses tempos de internet, ficar alheio ao que vai pelo mundo, como se
dizia antigamente. Não que me abale histericamente com a morte súbita de um
político em plena campanha eleitoral, num acidente aéreo, nem o carnavalesco
velório, nem os 17 minutos de foguetório com o caixão do morto a beira da cova
esperando para ser sepultado; nem na frase, como sempre fantástica, da Dilma: “
A morte tirou a vida de um jovem político promissor.” Como eu não sei o que
mais pode tirar a vida senão a morte, acredito no que ela disse. Ah, a morte!
Sempre atrapalhando a vida.
Também não
me surpreende Marina Silva, magrinha como um pé de pau seco, ocupar a posição
que está, segundo as pesquisas de intenção de voto,na “corrida” ao Palácio do
Planalto. Essas coisas acontecem; já aconteceram antes. E o povo brasilino é
chegado a fortes emoções. Essas coisas não me tiram o sono.
O que me
faz acordar assustado é quando recebo mensagens durante o sono como a desta
noite. Tupã mandou me dizer, através da Caipora, que Maraýyh (é o nome nativo
acreano de Marina) será eleita presidente da republica. Porra! disse eu em bom
português. A La varí lammá! disse a Caipora mensageira falando em línguas. Mas
não se aflija, pois nada vai mudar. Tudo continuará a lesma lerda de sempre.
Como Maraýyh não tem partidos políticos que lhe deem sustentação para governar
aceitará o apoio do PT, de onde um dia saiu de mãos dadas com a bela Erundina,
da FEBRABAN, da turma do agro negócio sob a proteção da senadora Kátia Abreu e
do PMDB, sempre alerta e disposto a ajudar quem precisa. Tudo isso sob o
comando da Neca.
Mas como
isso pode acontecer? perguntei abestado como jumento solto na estrada.
É que
todos concordam e entendem os “eixos programáticos”, pois são “brasileiros
socialistas e sustentabilistas”. Além disso, ela vai cuidar da “borda dos
desfavorecidos” com “democracia de alta intensidade” para “ampliar a dimensão
dos controles ex- post frente à primazia dos controles ex-ante”, tudo isso
dentro de “um novo Estado”. É, faz sentido! respondi dormindo.
Acordei
com febre achando que estava com malária. Mas Tupã sabe das coisas amazônicas e
a Caipora não mente.
Outro
assunto – uma coisa puxa outra – foi ver a guria gremista chamar o goleiro
Aranha de macaco e por isso ser punida severamente. Ora num campo de futebol –
desculpem, Arena – se diz qualquer coisa, se xinga todo mundo e palavrão é
palavra de ordem. A imprensa deu ao fato um destaque desmesurado e hipócrita
tratando-o como racismo, um crime, coisa grave. Sou de outra época e talvez não
entenda que tudo mudou. Pode ser. Se um gerente “der uma dura” num funcionário
relapso pode ser processado por “assédio moral”. Se uma gostosa e bem fornida
de atrativos físicos passar por um colega de empresa no corredor e ele olhar
pra traz, ela pode acusá-lo de “assédio sexual”.
Sou do
tempo que diretor de empresa almoçava e jantava a secretária de livre e
espontânea vontade e interesse. Quem dá o que tem apenas faz o bem. O
patrulhamento hipócrita, o politicamente correto, a ética e a moral de bunda de
fora me aborrecem. A falácia bem vestida me irrita.
*Jornalista
e escritor
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