quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Bom Dia!

Capitão Machado


Meu pai nasceu no dia 11 de setembro de 1903. De família muito pobre, buscou o Exército como forma de poder sobreviver. E foi galgando, desde soldado, praticamente todos os postos da carreira militar. Quando morreu, meu pai era major e foi promovido a coronel.
Meu pai e minha mãe, Dona Célia, geraram nove filhos. Uma faleceu com menos de um ano de idade, então meu pai passou sua vida lutando para criar os oito filhos que continuaram ao lado dele até sua partida. Foi uma vida dura, eu sei, mas cercada de muito amor, de muito carinho e, principalmente, de muito respeito. Meu pai nos ensinou todas as regras do respeito que se deve a tudo e a todos. Acho que trouxe para dentro de casa, um pouco do regime militar, sem ser um milico na educação da gente.

Hoje acordei cedo e fiquei pensando na figura forte e corajosa de meu pai, sentado na cabeceira da mesa, fazendo da cadeira seu trono de verdadeiro monarca entre a família. Nunca teve pose de rei, mas reinou soberano entre nós.

Fumante durante toda a vida, meu pai acabou sofrendo uma trombose que contribuiu para que um câncer de pulmão apressasse sua partida. Nunca vou esquecer que, proibido de fumar pelos médicos que tratavam dele, meu pai, já em seus últimos dias, parecia implorar por um cigarro. Foi quando meus irmãos mais velhos perguntaram aos médicos se um cigarro, um só, traria maiores problemas. Informados de que nada tornaria as coisas piores, meus irmãos concederam a ele a alegria de, em pleno Hospital Militar, saborear o cigarro que, de certa forma, passou a vida encurtando seus dias.

Hoje lembro de meu pai com todo o carinho e toda a saudade do mundo e, quando fecho os olhos, vejo sua figura morena com a farda que usou, orgulhosamente, por quase toda a vida.
Saudade, muita saudade do meu velho Capitão Machado!

Tenham todos um Bom Dia!

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