Repressão em Cuba quase triplica em 6 meses
Segundo a Comissão Cubana de Direitos
Humanos e Reconciliação Nacional, detenções temporárias de opositores
aumentaram 175,5%
As “prisões relâmpago” são consideradas as principais
ferramentas do governo de Raúl Castro para reprimir seus opositores. São comuns
de ocorrer durante manifestações contra o regime e anteriormente a reuniões ou
eventos que possam resultar em protestos, como missas católicas e outros tipos
de agrupamentos sociais. De acordo com o mais recente relatório da CCDHRN,
publicado na terça-feira pela entidade, entre janeiro e junho de 2014, 5.904
prisões de dissidentes ocorreram em Cuba. No mesmo período de 2013, foram 2.143
casos – uma elevação de 175,5%.
As autoridades cubanas,
segundo o diretor da entidade, Elizardo Sánchez, usam as prisões para tirar os
dissidentes de circulação, com a intenção de evitar suas reuniões.
“Esses números não são
abstratos. Estão indicando uma situação real de deterioração de Cuba, que é
geral. Junto com a deterioração da economia também piora a situação política
interna: aumenta a pobreza da grande maioria e também aumenta o descontentamento;
e é natural que isso se manifeste. O governo, em vez de fazer reformas que o
país precisa, somente responde com repressão. Por isso as cifras são tão
altas”, afirmou Sánchez ao Estado.
O diretor da Unpacu, José Daniel Ferrer, afirmou que sua
última prisão temporária, no dia 28, foi “bastante violenta” – e outros 11
dissidentes, incluindo sua filha de 16 anos, foram presos. Ferrer relatou que
organizava diante de sua casa, em Santiago, uma exibição de vídeos musicais –
que integra uma estratégia da Unpacu para “atrair a simpatia dos cidadãos
descontentes com o sistema” posta em prática há dois meses – quando as
autoridades chegaram, por volta das 23h30, e tentaram apreender os equipamentos
de áudio e vídeo. (Agência Estado)
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