sexta-feira, 18 de julho de 2014

Disputa de poder

Grupos de Dilma e Lula se estranham na campanha

Disputa por mais influência sobre o comitê da reeleição é pano de fundo de críticas trocadas nos bastidores por auxiliares da presidente e de seu antecessor


A campanha de Dilma Rousseff à reeleição vive uma disputa interna entre dois grupos. Um ligado à presidente e outro mais próximo de seu antecessor,
Embora o coro de "volta, Lula" tenha sido abafado na convenção que oficializou a candidatura de Dilma, em 21 de junho, a queda de braço entre as duas alas continua nos bastidores.
Em conversas reservadas, dirigentes do PT dizem que amigos de Lula são alvo de "armação" dos "dilmistas". A rede de intrigas aborrece Lula, que tem uma sala montada para ele no comitê da reeleição, em Brasília, mas nenhum compromisso previsto para ocupá-la.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, esteve na quarta-feira no comitê. Conversou com o presidente do PT, Rui Falcão, e apresentou a ele um plano de trabalho para a corrida presidencial, na tentativa de aproximar Dilma da Igreja e dos movimentos sociais.
Isolamento. Ex-chefe de gabinete de Lula, de 2003 a 2010, Carvalho está isolado no governo Dilma. No comitê, petistas dizem que ele recusou convite para integrar a coordenação da campanha. O ministro, porém, jura que nunca foi convidado, embora prefira continuar suas funções no Palácio do Planalto até dezembro.
Mata-mata. No Instituto Lula, sede da organização não governamental dirigida pelo ex-presidente, a avaliação é que a campanha do PT está em ponto morto, o que atiça o jogo de "mata-mata" entre o grupo mais próximo de Dilma e seguidores fiéis ao ex-presidente. No Planalto, o Instituto Lula foi batizado de "Serpentário do Ipiranga", numa referência ao bairro que abriga a sede da ONG, em São Paulo.
A briga por mais poder e influência na campanha de Dilma começou no quartel general da comunicação, atingindo justamente Franklin Martins - homem de Lula no comitê. Ex-ministro do governo Lula, Martins está sendo acusado pelos dilmistas de querer "mandar demais", provocando tensão desnecessária ao publicar posts agressivos, como o que alvejou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, no site "Muda Mais". Criado há cerca de três meses na conta do PT, o site dá suporte à campanha de Dilma.

Lulistas afirmam que um dos focos da "queimação" é o quarto andar do Planalto, onde fica a Casa Civil da Presidência, ocupada por Aloizio Mercadante. (Agência Estado/conteúdo)

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