O jornalista Cláudio
Dienstmann, um conhecido pesquisador e profundo conhecedor das coisas da Fifa e
de copas do mundo, foi buscar na revista Fifa, um texto maravilhoso de um
jornalista suíço imaginando o futebol e a Fifa em 100 anos. O Dienstmann dividiu
a história em cinco capítulos que vou publicar a partir de hoje. É realmente
imperdível.
Jornalista imagina o
futebol e a Fifa em 100 anos (I)
Em maio de 2004,
quando a Fifa chegou ao seu centenário, a revista Fifa Magazine publicou um
texto do jornalista suíço Martin Born tentando responder – com criatividade e
bom humor – algumas perguntas em relação ao futuro: como será o futebol nos 100
anos seguintes? Quem vai ser a melhor seleção do mundo e o craque? Quais
serão as mudanças tecnológicas? O que vai acontecer na Copa de 2104? O título é
“Os próximos 100 anos da Fifa – A Revolução do Kaiser”.
Como sempre, o
Kaiser Josef Franz sorria quando alguém lhe fazia uma reverência. Estava – como
costumava dizer – de passeio pela cidade de Zurich no Zurichberg, em uma de
suas habituais excursões das sextas-feiras. O caminho era sempre o mesmo.
Quando Josef F. ou J. Franz – como também era conhecido – abandonava o suntuoso
Centro do Futebol Mundial, passava por todas as instituições futebolísticas
começando pela Aldeia do Futebol Mundial (a aldeia das associações de futebol),
cruzando logo junto ao edifício dos árbitros e treinadores, flanqueando em
continuação a dependência do G-55 (a denominação da associação dos clubes mais
importantes), para chegar finalmente às duas edificações emblemáticas: a Torre
Agentes, de 57 andares de altura, e a Torre Prata, das empresas de televisão e
mercadotecnia, de 83 andares. Do alto, a vista ao Lago de Zurich – ainda livre
das grandes edificações – era simplesmente grandiosa. Tinha a previsão de
oferecer às pessoas – ali embaixo, às margens do lago – os jogos artificiais
mais imponentes por ocasião dos 200 anos do futebol.
As divisões de
comunicações do presidente da Fifa (que não se denominava kaiser, mas que não
se opunha à designação que todo o mundo lhe dava) não se colocavam em acordo
quanto à denominação oficial dos ditos passeios das sextas. Alguns os chamavam
Mobility Communication, outros People Feeling, e outros Personal Contact
Walks. Sem dúvida, tratava-se de algo completamente diferente: o kaiser
Josef Franz apenas queria demonstrar a todo o mundo que aos seus 80 anos seguia
em boa forma como um orquestrador de jogo de 45 anos da Liga Mundial. Na sua
opinião, era decisivo que o chefe da organização mais importante do mundo
servisse de exemplo. Por isso sorria no piso 83 da Torre Prata, e também pelos
números da contabilidade, que estava ali, em seu escritório.
Próximo capítulo:
O campeão mundial China
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