quinta-feira, 24 de abril de 2014

O futebol e a Fifa do futuro

O jornalista Cláudio Dienstmann, um conhecido pesquisador e profundo conhecedor das coisas da Fifa e de copas do mundo, foi buscar na revista Fifa, um texto maravilhoso de um jornalista suíço imaginando o futebol e a Fifa em 100 anos. O Dienstmann dividiu a história em cinco capítulos que vou publicar a partir de hoje. É realmente imperdível.

Jornalista imagina o futebol e a Fifa em  100 anos (I)

Em maio de 2004, quando a Fifa chegou ao seu centenário, a revista Fifa Magazine publicou um texto do jornalista suíço Martin Born tentando responder – com criatividade e bom humor – algumas perguntas em relação ao futuro: como será o futebol nos 100  anos seguintes? Quem vai ser a melhor seleção do mundo e o craque? Quais serão as mudanças tecnológicas? O que vai acontecer na Copa de 2104? O título é “Os próximos 100 anos da Fifa – A Revolução  do Kaiser”.


Como sempre, o Kaiser Josef Franz sorria quando alguém lhe fazia uma reverência. Estava – como costumava dizer – de passeio pela cidade de Zurich no Zurichberg, em uma de suas habituais excursões das sextas-feiras. O caminho era sempre o mesmo. Quando Josef F. ou J. Franz – como também era conhecido – abandonava o suntuoso Centro do Futebol Mundial, passava por todas as instituições futebolísticas começando pela Aldeia do Futebol Mundial (a aldeia das associações de futebol), cruzando logo junto ao edifício dos árbitros e treinadores, flanqueando em continuação a dependência do G-55 (a denominação da associação dos clubes mais importantes), para chegar finalmente às duas edificações emblemáticas: a Torre Agentes, de 57 andares de altura, e a Torre Prata, das empresas de televisão e mercadotecnia, de 83 andares. Do alto, a vista ao Lago de Zurich – ainda livre das grandes edificações – era simplesmente grandiosa. Tinha a previsão de oferecer às pessoas – ali embaixo, às margens do lago – os jogos artificiais mais imponentes por ocasião dos 200 anos do futebol.

 As divisões de comunicações do presidente da Fifa (que não se denominava kaiser, mas que não se opunha à designação que todo o mundo lhe dava) não se colocavam em acordo quanto à denominação oficial dos ditos passeios das sextas. Alguns os chamavam Mobility Communication, outros People Feeling, e outros Personal Contact Walks.  Sem dúvida, tratava-se de algo completamente diferente: o kaiser Josef Franz apenas queria demonstrar a todo o mundo que aos seus 80 anos seguia em boa forma como um orquestrador de jogo de 45 anos da Liga Mundial. Na sua opinião, era decisivo que o chefe da organização mais importante do mundo servisse de exemplo. Por isso sorria no piso 83 da Torre Prata, e também pelos números da contabilidade, que estava ali, em seu escritório.

Próximo capítulo:
O campeão mundial China

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