Para maioria do STF, não houve formação de quadrilha
“Esta é uma tarde triste para este STF porque, com argumentos pífios, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada, que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012”, concluiu Joaquim Barbosa, rejeitando os embargos infringentes.
Por 6 votos a 5, o plenário acolheu os recursos dos mensaleiros e derrubou as condenações por formação de quadrilha.
Ministros Teori e Rosa |
Com os votos dos ministros Teori
Zavascki e Rosa Weber, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela absolvição
de oito condenados do processo do mensalão pelo crime de formação de quadrilha,
em sessão realizada nesta quinta-feira, 27. Ao todo, seis ministros reverteram
a condenação e cinco votaram pela manutenção da pena.
Com a maioria formada, ex-ministro
José Dirceu e ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares garantem direito a cumprir
pena em regime semiaberto. Assim, será permitido aos dois, com autorização
judicial, trabalhar fora da cadeia. Delúbio já está trabalhando e Dirceu
aguarda decisão.
Em seu curto voto, a ministra Rosa
Weber disse continuar "convencida" de que não ficou configurado o
crime de formação de quadrilha. "O ponto central da minha divergência é
conceitual. Não basta que mais de três pessoas pratiquem delitos. É necessário
mais. É necessária que se faça para a específica prática de crimes. A lei exige
que a fé societatis (da sociedade) seja afetada pela intenção específica de
cometer crimes", afirmou.
Rosa Weber disse que não identificou
à luz da prova dos autos o dolo de criar ou participar de uma associação
criminosa autônoma para a prática dos crimes.
Teori Zawaski seguiu a linha de
raciocínio já apresentada pelo ministro José Roberto Barroso, de que houve
desproporcionalidade na aplicação das penas por formação de quadrilha. Na sua
avaliação, o diagnóstico correto é de que houve uma reunião de práticas
criminosas diferenciadas que tinham como objetivo a obtenção de vantagens
indevidas para interesses específicos dos envolvidos, e não perturbar a paz
pública - uma das interpretações .
O relator dos recursos, ministro
Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa
votaram pela manutenção da condenação do julgamento realizado dois anos atrás.
Além de Teori e Rosa Weber, votaram pela absolvição Dias Toffoli, Cármen Lúcia,
Barroso, Ricardo Lewandowski.(Agência Estado)
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