Só pegando carona!
Uma viagem de uma hora e meia, tempo normal para vir de
Tramandai até Porto Alegre, durou mais de três horas no final da tarde de
ontem. Saí às 19h30 da praia e cheguei às 22h45. Só até Osório, levamos 90
minutos, ou seja, o tempo previsto para a viagem toda.
Hoje, para poder trabalhar, sai cedo de casa, caminhei por
mais de uma hora e só consegui chegar ao Centro graças ao espírito comunitário
de um cidadão que parou para me oferecer carona. Ele já transportava mais três
pessoas em seu carro.
No caminho, fiquei pensando como as coisas seriam diferentes
se mais pessoas tivessem a generosidade do cidadão que nos trouxe ao Centro.
Mas, como ele mesmo disse, é arriscado parar e levar quem a gente não conhece.
Lamentavelmente alguns acabam pagando pelos erros dos outros. No momento em que
os ônibus estão nas garagens, que os lotações passam super lotados, que os táxis
nem param, conseguir uma carona, de um desconhecido, é algo quase inacreditável.
Mas aconteceu. Foi o momento de pensar em quantos carros passaram por mim e por
quem estava nas paradas, transportando uma única pessoa. Fora os que realmente
não pensam na coletividade, sobram os que pensam duas vezes antes de oferecer
carona a um desconhecido. Lamentavelmente.
Por falar em greve, confesso que muito preocupado, leio as
declarações da desembargadora Ana Luiza Heineck Kruze, do Tribunal Regional do
Trabalho. Perguntada sobre que limites foram ultrapassados, depois de ter sido
decretada a ilegalidade da greve, ela respondeu:
- Todos. A lei de greve, nessa atividade essencial, determina
que os grevistas têm de estipular um mínimo de funcionamento. Em nenhum momento
fizeram isso. (...) Se chegarmos a um sistema onde nada é respeitado, estamos
diante de um sistema anárquico. Isso não é bom para ninguém, nem para o próprio
sindicato. É um risco para toda a sociedade.
Com todo o respeito que tenho pelas posições da
desembargadora, tenho muita dificuldade para entender como que uma autoridade
que sabe que uma ordem sua não foi cumprida, aceita que a ilegalidade seja
mantida sem tomar qualquer atitude. Será que o judiciário não tem forças para
resolver a situação? Ou será que temos que aceitar passivamente o interesse de
alguns prevalecer sobre a necessidade da maioria?
De qualquer maneira, até que a situação se resolva, quem
quiser trabalhar, só pegando carona!
Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!
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