Petista foragido montou caixa do mensalão
Criminoso condenado e foragido da Justiça, o petista Henrique
Pizzolato – agora na lista de procurados da Interpol - teve papel central no
abastecimento do mensalão. Ele permitiu o desvio de mais de 77 milhões de reais
para o esquema criminoso, e embolsou ao menos 326.000 reais em propina.
Pizzolato deixou o Brasil semanas antes de o Supremo Tribunal Federal (STF)
determinar sua prisão por seu envolvimento no esquema do mensalão. O ex-diretor
de Marketing do Banco do Brasil (BB) aproveitou-se de sua cidadania italiana e
fugiu para a Europa. Só depois que a prisão foi decretada, entretanto, é que a
trapaça veio à tona. O ingresso do foragido na lista da Interpol, que é praxe
em casos do tipo, precisa ser pedido pelo Ministério da Justiça.
Pizzolato teve uma função primordial no esquema do mensalão
porque permitiu o abastecimento financeiro do esquema criminoso. As fraudes
comandadas por ele no fundo Visanet somam 73,8 milhões de reais - valor que foi
desviado para empresas do publicitário Marcos Valério com a utilização de notas
frias. Outros 2,9 milhões foram pagos indevidamente, como bônus, a uma das
agências de Valério. Do núcleo publicitário, o dinheiro era distribuído a
parlamentares da base aliada.
O petista também admitiu ter recebido um envelope com 326.000
reais no Banco Rural. Os recursos foram oferecidos por Marcos Valério.
Pizzolato diz que apenas transportou o objeto até o PT: "Eu não sabia que
era dinheiro. Fui usado", disse ele. O Supremo Tribunal Federal não
acreditou na farsa.
Henrique Pizzolato foi
considerado culpado dos crimes de peculato, corrupção ativa e formação de
quadrilha. Com sua pena de doze anos e sete meses de prisão, o mensaleiro
iniciaria o cumprimento da pena em regime fechado. Ficaria pelo menos dois anos
e um mês encarcerado.
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