Preso político?
Depois que cheguei aos 72 anos de vida, acho que comecei a não
entender muita coisa. Ou muita coisa mudou nestes anos. O que era, hoje parece
não ser mais. As pessoas criam verdades que lhe interessam e elas passam a ser
dogmas considerados, por seus criadores, é claro, irrefutáveis. Não se pode contrariar
sob risco de ser considerado reacionário, ultrapassado e fora da realidade.
Veja-se o caso do ex-presidente do PT, José Genoino,
condenado por envolvimento com o mensalão e sentenciado pela mais alta corte de
Justiça do Brasil, o Supremo Tribunal Federal que é composto, em sua maioria,
por Ministros indicados pelos petistas Lula e Dilma.
Pois este senhor, depois de passar por uma cirurgia
realizada no hospital Sírio Libanês, foi diagnosticado como portador de
hipertensão arterial há mais de uma década e, segundo seu médico assistente, apresenta distúrbios na voz causados pelos cinco tipos de medicamentos que
toma.
Faço um parêntese para dizer que sou hipertenso há quase
trinta anos, uso medicamento diariamente, tenho problemas de voz frequentemente
por causa de medicamentos que uso para combater minhas crises de asma, e sigo
trabalhando normalmente. Levanto às 06h30 e trabalho até mais ou menos 22
horas.
Pois o senhor Genoino, condenado por desvio de verbas
públicas, pelo menos como conivente, que foi examinado por um médico da Polícia
Federal antes de viajar para o presídio da Papuda, que emitiu laudo informando
que ele tinha plenas condições de viagem, dá declarações que, na minha opinião,
merecem uma análise, no mínimo.
Diz o ex-presidente do PT que é preso político e que está
muito doente. “Se morrer aqui, o povo livre deste país que ajudamos a construir
saberá apontar os meus algozes”.
O senhor Marco Aurélio Garcia, assessor não sei do que da
presidência da República, já declarou que a responsabilidade pela situação de
Genoino “é do Estado e do Ministro Joaquim Barbosa”. Mas não lembro do senhor
Garcia ter manifestado qualquer tipo de opinião responsabilizando o Estado
pelas precárias condições de nossos presídios onde morrem, diariamente, dezenas
de presos. Quem sabe, é pelo fato de nenhum se considerar “preso político”.
Para não me alongar
muito, fico pensando se um cidadão que é preso por corrupção, por
envolvimento no maior escândalo que se tem notícia no Brasil, que presidia o
partido profundamente envolvido no fato, que nunca manifestou qualquer tipo de
doença antes de ser condenado, pode agora alegar que está muito doente, que tem
que ficar em casa e que se morrer a culpa é dos algozes responsáveis por sua
condenação, é preso político? Francamente!
Pedindo a proteção de Deus, desejo a todos um Bom Dia!
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