Em seis
meses, Senado gasta R$ 5 milhões com Sírio-Libanês
Sob o comando de Renan
Calheiros (PMDB-AL), o Senado gastou em seis meses 70% a mais com despesas
médicas no Sírio-Libanês do que o total pago em 2012 para atender
congressistas, dependentes, servidores e até ex-senadores e seus cônjuges no
hospital paulista.
De
fevereiro a julho deste ano --em janeiro, Renan ainda não era presidente da Casa--,
foram pagos R$ 5,1 milhões ao Sírio-Libanês, enquanto no ano passado foram R$ 3
milhões, de acordo com o Portal de Transparência do próprio Senado.
O
dinheiro foi gasto com serviços que incluem consultas, emergência e atendimento
complementar a diagnósticos e tratamentos.
Em janeiro, Renan Calheiros não era presidente.
Em janeiro, Renan Calheiros não era presidente.
O
Sírio-Libanês é o hospital preferido pela maioria dos políticos brasileiros
para fazer desde checkups a tratamentos e cirurgias. O senador José Sarney
(PMDB-AP), por exemplo, foi transferido semana
passada do Maranhão para o hospital paulista.
A
fama do hospital atrai também parentes dos congressistas e ex-senadores que têm
direito ao plano de saúde da Casa --desde que tenham exercido o mandato por
pelo menos seis meses. Todos têm as consultas, exames e procedimentos
integralmente custeados pelo Senado, sem o pagamento de nenhuma contrapartida.
O
Sírio é um dos hospitais credenciados pelo plano de saúde do Senado, o SIS
(Sistema Integrado de Saúde). Os gastos no hospital incluem o pagamento de
honorários a médicos que se tornaram famosos pelo tratamento do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
Cheque sem fundo
"Nessa
questão de saúde, quando você tem cobertura é melhor ser atendido lá do que em
centros menos desenvolvidos", disse o ex-governador de Pernambuco, senador
Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), que esteve internado no hospital no ano passado.
Jarbas
disse que foi obrigado pelo Senado a dar um cheque sem fundos para custear os
honorários médicos do seu tratamento cardíaco no Sírio até que a Casa
efetivasse o ressarcimento de R$ 110 mil.
"O
Senado é uma Casa de mal feitos. Eu levei um ofício do Senado em que a Casa se
responsabilizava pelos gastos hospitalares. Uma pessoa da diretoria-geral pediu
para eu passar o cheque, negociar com os médicos, que a Casa pagaria. Eu disse
que é crime passar cheque sem fundo, mas tive que fazer isso para o Senado me
ressarcir depois, tudo isso me recuperando de uma cirurgia", afirmou.(Com Agência Folha/Conteúdo)
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