Dólar fecha no maior nível em quatro anos
Em alta pela quinta sessão seguida, a moeda
norte-americana fechou nesta quarta no maior nível em mais de quatro anos. O
dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 2,2691, com aumento de 0,84%, e
no valor mais alto desde 1º de abril de 2009, quando a cotação fechou em R$
2,281. Perguntado sobre a disparada do câmbio, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, declarou que o mercado financeiro tem cometido exageros.
A cotação operou em alta durante todo o dia, que não teve intervenções do Banco Central. Por volta das 12h, o ritmo de aumento do dólar diminuiu e chegou a valer R$ 2,2595, na mínima do dia. No entanto, a moeda norte-americana subiu ainda mais nas horas seguintes até encerrar a sessão no valor mais alto do dia. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a alta do dólar é um movimento internacional que afeta tanto o Brasil como o resto do mundo. Ele disse que a volatilidade no câmbio é resultado da mudança de postura do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano e que a turbulência no mercado financeiro só passará depois da acomodação dos capitais internacionais. “Este é um movimento internacional. O Brasil, como os outros países, está no mesmo barco. Se nós olharmos nas últimas 24 horas, outras moedas se desvalorizaram mais do que o real. Então temos que esperar que haja uma acomodação da situação, uma adaptação às novas condições criadas pelo Banco Central americano”, declarou o ministro ao voltar de reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo Mantega, o dólar está subindo porque os investidores estão se antecipando a um possível aumento de juros nos Estados Unidos, retirando capitais dos países emergentes para aplicar em bônus dos títulos do Tesouro norte-americano, que poderão passar a render mais. Ele classificou ainda de exagerada a reação do mercado. “Os mercados exageram até se antecipam aos movimentos. Em algum momento, isso vai sofrer uma acomodação porque vai ter juros mais altos dos treasuries [títulos do Tesouro norte-americano]. É uma maneira de se antecipar ao aumento de juros nos Estados Unidos. Somente então, os capitais vão se posicionar perante a possibilidade de lucros nos vários países”, acrescentou o ministro. |
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