quarta-feira, 26 de junho de 2013

Dilma não convence sindicalistas a suspender
protestos e greves em 11 de julho

Em reunião com dirigentes de cinco centrais sindicais nesta quarta-feira (26), a presidente Dilma Rousseff disse que "não existe tarifa zero" para transporte coletivo e detalhou o pacote de medidas para conter a onda de protestos no País. "O meu governo vai disputar a voz das ruas", afirmou Dilma, segundo relato de sindicalistas que participaram do encontro. A presidente, porém, não conseguiu convencer os sindicalistas a suspender a greve geral marcada para 11 de julho e muitos deles deixaram o Palácio do Planalto sem esconder a irritação com o que chamaram de "falta de propostas".
Dilma pediu apoio aos dirigentes das centrais ao plebiscito popular para votar a reforma política. Para ela, é "primordial" que as mudanças já estejam em vigor na eleição de 2014, quando disputará o segundo mandato. Ela defende, por exemplo, o financiamento público de campanha, sob o argumento de que essa é a melhor forma de coibir o abuso do poder econômico.
"A corrupção é um crime hediondo", disse Dilma, ao lembrar um dos pontos do pacto lançado pelo Planalto em resposta à onda de protestos. Em 2005, o PT foi alvejado pelo escândalo do mensalão e hoje os petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aguardam o julgamento dos recursos, na tentativa de diminuir suas penas.
Tarifa zero
A presidente afirmou respeitar as manifestações de protesto, mas admitiu temer a ação de grupos com outros interesses que não o de um movimento pacífico. Ao mencionar a redução do preço das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos nas principais capitais, Dilma disse que o governo já retirou impostos federais para permitir esse desconto. "Mas não existe tarifa zero: ou se paga a passagem ou se paga imposto", insistiu a presidente, de acordo com relato de sindicalistas presentes ao encontro.
"Foi mais uma reunião para ouvir os planos mirabolantes da presidente. Saímos daqui como sempre saímos: sem encaminhamento de nenhuma das nossas reivindicações", criticou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. "Quero aqui lamentar o comportamento da senhora Dilma."

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, tentou amenizar o clima tenso após o encontro. "Essa reunião não foi chamada para tratar de nossa pauta, mas, sim, das manifestações nas ruas", disse Freitas. "É verdade que a pauta está travada e o governo precisa ter agilidade para resolver a situação. Se não negociar, faremos o que sempre fizemos, tanto que já temos greve marcada para 11 de julho." (Agência Estado)

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