segunda-feira, 28 de janeiro de 2013



Bom Dia!
Tenho tentado, desde ontem, escrever alguma coisa sobre a tragédia ocorrida na boate em Santa Maria e que deixou mais de 230 jovens mortos. Juro que é difícil escrever pois, para tanto, é preciso pensar, raciocinar e, de alguma maneira, manter um mínimo de lucidez. É quase impossível.
Hoje pela manhã, ao ouvir a Rádio Gaúcha, escutei uma entrevista do André Machado com o prefeito César Schirmer e consegui avaliar, de maneira mais clara, o tamanho do que ocorreu. Ele falava em nome de uma cidade inteira que, de alguma forma, chorava a dor da perda de algum parente, algum amigo, algum conhecido. Foi aí que me dei conta de que todos nós, mesmo distantes da tragédia, amargamos durante todo o dia a dor de ter perdido alguém. Afinal, aqueles jovens que morreram no local onde estavam reunidos para festejar a vida, representavam um pouco de nossos filhos, nossos sobrinhos, nossos irmãos.
Foi exatamente aí que me dei conta do quanto somos pequenos quando temos que enfrentar a morte. Na verdade somos quase nada. Uma faísca, um segundo, o pânico e dezenas de jovens morrendo vítimas de queimaduras, de fumaça tóxica ou pisoteados pelos que, como eles, buscavam desesperadamente a saída. Os que ultrapassaram a porta, certamente lembrarão pelo resto da vida os momentos terríveis de uma festa que acabou da maneira mais trágica possível.
Agora, passados os primeiros momentos, as autoridades buscarão os culpados e a lei haverá de ser cumprida. Nada, absolutamente nada do que for feito trará de volta, por exemplo, a filha única de um casal desesperado que chorava ao ler o nome dela na lista de mortos.
Tomara que o desespero de milhares de pessoas, solidárias com os que estão diretamente envolvidos na tragédia, sirva de ânimo para que alguma coisa seja feita para evitar mais mortes. Não podemos descansar sabendo que nosso filhos, nossos parentes, estão enjaulados numa boate, numa casa de festas, sem saída de emergência e sem qualquer proteção contra incêndios. Um pouco mais de rigor na fiscalização e na lei que permite o funcionamento deste tipo de estabelecimento, poderá, quem sabe, evitar tragédias como a que ocorreu em Santa Maria.
Até lá, vamos ficar aqui tentando acordar deste terrível pesadelo que tomou conta de todos nós.

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