ROYALTIES
Dilma diz que 'não
tem mais o que fazer'
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta
quinta-feira (13) que "não tem mais o que fazer" para impedir que o
Congresso derrube seu veto às mudanças na divisão dos royalties do petróleo.
Em visita oficial a Rússia, ela disse que o
Congresso é autônomo e poderá tomar a decisão que quiser.
Se o veto for derrubado, o Planalto sofrerá
forte derrota política e os Estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito
Santo, perderão receita nos próximos anos.
"Eu já fiz todos os pleitos. O maior é
vetar. Eu não tenho mais o que fazer. Não tem nenhum gesto mais forte do que o
veto. Eu não vou impedir que ninguém vote de acordo com sua consciência",
afirmou.
"Nós vivemos numa democracia em que
existem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Poder Legislativo é
autônomo, independente e tem todas as condições de decidir contra a minha
decisão."
Apesar do tom pessimista, a presidente voltou
a defender o veto às mudanças que prejudicariam os Estados produtores em
contratos de exploração de petróleo que já estão em vigor.
"Eu acredito que minha decisão foi justa
diante da legislação. A legislação diz claramente que não pode descumprir
contratos."
A presidente negou que a possível derrota do
Planalto abra uma crise na relação do governo com o Congresso.
"Eu acho que vocês adoram muito a palavra
crise. Em tudo vocês vêem crise. Não tem crise. O funcionamento da democracia é
assim. Então nós temos que nos acostumar com ele", disse aos jornalistas.
"Eu sou de uma época, eu era bem mais
nova, em que tudo no Brasil virava crise. Mas um tipo de crise bem mais grave
do que hoje. A gente ia para a cadeia", disse.
"Nós somos um país democrático. Nada
disso num país como o nosso pode resultar em crise. Isso é o funcionamento da
democracia", encerrou.(Com Folha online)
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