Bom Dia!
Salve Gonzagão!
Meu pai sempre foi um apreciador das coisas brasileiras,
principalmente aquelas que vinham carregadas de simplicidade. Militar, homem
criado na luta contra as adversidades, meu pai sabia encontrar a beleza na
intimidade das coisas mais simples. Foi assim com a música. Desde criança, nos
acostumamos a ouvir a boa música brasileira, na maioria das vezes através dos
programas de rádio que ele escutava normalmente e, mais tarde, nos discos de 78
rotações. Foi acompanhando meu pai que aprendi a ouvir, como o Brasil inteiro
ouviu, Luiz Gonzaga, o Rei do baião.
Durante muitos anos, com sua sanfona branca, Gonzaga cruzou
o Brasil levando alegria, principalmente às plateias mais humildes. Ele
encantava com sua maneira especial de interpretar e suas roupas de couro, tão
tradicionais entre os nordestinos. Gonzagão
levava ao povo brasileiro toda a arte do nordeste em sua forma mais
plural.
Hoje, Luiz Gonzaga, que nasceu na cidade de Exu, estaria
completando 100 anos. Nos deixou, em agosto de 1989, aos 77 anos. Mas deixou um
acervo musical que haverá de sobreviver a muitos cem anos. Nele, algumas de
suas principais composições em parceria com Humberto Teixeira, um letrista que
deu vida ao baião através de uma poesia inconfundível. Juntos, Gonzaga e
Teixeira cantaram a vida nordestina como ninguém.
Neste dia 13 de dezembro, quando o Brasil lembra os cem anos
de Luiz Gonzaga, me veio á lembrança a figura do meu pai, sentado ao lado do
rádio ouvindo programas da Rádio Nacional e se deliciando com os acordes da
sanfona branca. Então, em homenagem ás lembranças que ficaram da minha
infância, graças ao ouvido sensível do meu pai, recordo um dos maiores sucessos
de Luiz Gonzaga. Uma das musicas imortais compostas por ele e Humberto
Teixeira, Asa Branca nos mostra todo o talento deste também imortal “cabra
arretado da moléstia”. Fiquem com Gonzagão e tenham todos um Bom Dia!
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