Em busca de melhorias em seus vencimentos, juízes federais
ameaçam paralisar as atividades nos próximos dias 7 e 8 em todo o território
nacional. Os magistrados pretendem pressionar o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), pois acreditam que têm recebido
"tratamento discriminatório" em relação aos colegas de alçada estadual,
procuradores e defensores, que têm salários até duas vezes maior, alegam os
revoltosos.
Juiz Federal da 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro e delegado
fluminense da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Caio Márcio
Gutterres Taranto garante que se, com a paralisação, o CNJ e o STF não se
manifestarem sobre o "sucateamento e desvalorização" da categoria,
uma greve é iminente.
"Além da paralisação, já decidimos pelo boicote à Semana
Nacional de Conciliação (que acontece de 7 a 14 de novembro). Caso a isonomia
com o Ministério Público e os magistrados estaduais seja ignorada, nós vamos
parar", ameaçou. "A Constituição Federal garante que a remuneração
seja proporcional à complexidade da atividade do servidor público, mas isso não
acontece conosco. E pior: as perdas inflacionárias já tornaram nosso salário
quase 30% menor, se comparado com 2006".
De acordo com Taranto, a Ajufe já enviou "vários
requerimentos" ao CNJ, sem que tenha recebido resposta. Situação parecida
ocorre no Supremo, que não julga os pedidos de reajuste salarial da categoria.
Segundo ele, por conta das más condições salariais, alguns juízes não têm
conseguido arcar com despesas básicas.
"Vários enfrentam problemas financeiros, inclusive para
pagar o aluguel e a escola dos filhos. Este tipo de situação tem sido cada vez
mais comum. A carreira virou degrau, passageira. Vários novos profissionais,
mesmo aprovados em concurso, optam por não tomar posse", lamentou. "A
cúpula do Judiciário e o Governo desrespeitam a Constituição. Várias categorias
recebem auxílio moradia. Nós não. E o benefício de alimentação só começamos a
recebem em 2011".
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