O encerramento das
eleições deste ano vai marcar a volta de uma antiga
obsessão do PT: o controle dos meios de comunicação.
Em entrevista ao
jornal O Estado de S. Paulo, o secretário de Comunicação do
Partido, deputado André Vargas, afirmou que o debate sobre a regulação do setor de comunicação no país
- termo utilizado pelos petistas para mascarar uma intenção bastante clara:
controlar o que é veiculado pela imprensa brasileira – será retomado após o
segundo turno dos pleitos municipais. "É uma agenda do PT e das esquerdas.
O debate vai ser retomado", afirmou.
Não é de hoje que o partido se esforça para
censurar a imprensa - afinal, os meios de comunicação se transformaram no
principal alvo de um partido que enfrenta uma oposição cada vez mais
enfraquecida. Em setembro do ano passado, no Congresso Nacional do Partido
dos Trabalhadores (PT), realizado em Brasília, o partido aprovou proposta que
trata da regulamentação da imprensa. Diz o texto: “A crescente partidarização,
a parcialidade, a afronta aos fatos como sustentação do noticiário preocupam a
todos os que lutam por meios de comunicação que sejam efetivamente
democráticos. Por tudo isso, o PT luta por um marco regulatório capaz de
democratizar a mídia no país”. Desde então, o partido vinha pressionando o
governo a aprovar o projeto de lei sobre o marco regulatório das comunicações
- que traz na raiz o embrião autoritário da censura. A pressão perdeu força diante da rejeição da
presidente Dilma Rousseff. Mas será retomada assim que encerradas as
eleições.
Os petistas, que insistem no tema do controle
social da mídia, consideram que os meios de comunicação exageram no volume de
informações publicadas a respeito da condenação da cúpula do partido durante o
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última semana, os
ex-presidentes do PT José Dirceu e José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio
Soares foram condenados por corrupção ativa no
julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
Ou seja, diante das claras evidências de que
os sucessivos achaques ao Supremo Tribunal Federal e os ataques à imprensa
livre não foram suficientes para que tivesse êxito a ofensiva lulopetista
lançada para desmontar a "farsa do mensalão" - maior escândalo de
corrupção da história política do Brasil -, o partido agora endurece a
retórica. O presidente do partido, Rui Falcão, chegou até mesmo a tratar a
condenação de petistas no STF como um “golpe” contra o PT. Como é de praxe no
partido, Falcão culpou a "elite" e a "mídia". Segundo ele,
tudo não passou de uma armação dos opositores que exercem controle sobre o
Judiciário e sobre a imprensa. (Com VEJA online)
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