Com a
proximidade das eleições, a urna eletrônica tem sua vulnerabilidade contestada
por técnicos que discutem a necessidade, por exemplo, de que o voto impresso
complementar ao digital, seja adotado.
-Há uma
clara migração dos sistemas de votação adotados em outros países na direção do
voto impresso verificável pelo eleitor ainda no ambiente de votação, sem que o
comprovante permita ao eleitor provar suas escolhas para uma terceira parte,
afirma o professor-adjunto no departamento da ciência da computação da
Universidade de Brasília, Diego Aranha. Ele descobriu uma falha na urna
brasileira durante um teste público, em março. O professor afirma que as
fragilidades encontradas por sua equipe “são resultado de um processo de
desenvolvimento de software imaturo do ponto de vista de segurança, e que
precisa ser aperfeiçoado”.
Por outro
lado, alguns especialistas discordam das posições a favor do voto impresso e
chegam a considerar a sua adoção, uma irresponsabilidade
Para o
diretor do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp,
Walter Carnielli, o voto impresso ofereceria “uma ilusória sensação de
segurança a um custo extremamente alto, não somente financeiro mas político”.
Carnielli disse que “alterar as regras eleitorais da maneira proposta por
alguns opositores, é no mínimo uma irresponsabilidade”.
Os
defensores do voto impresso afirmam que na urna brasileira, a identificação do
eleitor é registrada no mesmo equipamento em que ele vota e que, se o software
estiver adulterado, é possível quebrar o sigilo do voto associado à sua
identidade. Eles entendem que o eleitor deve ser identificado em máquina
diferente.
O
Tribunal Superior Eleitoral afirma que o eleitor e seu voto são registrados
separadamente, sem nenhuma relação. Os programas são abertos para que a OAB, os
partidos e o Ministério Público possam analisá-los. Conforme o TSE, desvincular
a identificação do eleitor da máquina que recebe o voto abre a possibilidade de
haver mais eleitores do que votos ou mais votos do que eleitores. Segundo o
TSE, o voto impresso é ineficiente e traz de volta todas as mazelas eliminadas
com a introdução da tecnologia.
Para os
defensores do voto impresso, no entanto, o sistema é bem protegido contra
ataques externos, mas vulnerável a investidas internas, de funcionários do TSE,
por exemplo.
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