sábado, 18 de julho de 2020




Reino Unido suspende divulgação de dados 
da Covid-19 para recontar casos e mortes

O Reino Unido informou neste sábado (18) ter registrado mais 827 casos da Covid-19, o que eleva o total de confirmações da doença no país a 294.066. O número de novos óbitos e o total acumulado, porém, não foram publicados. De acordo com o governo britânico, a Secretaria de Estado pediu à Agência de Saúde Pública da Inglaterra (PHE, na sigla em inglês) que revisasse os números. A estatística de mortes na Grã-Bretanha é feita contabilizando todas as pessoas que testaram positivo para a Covid-19 e morreram desde então, sem uma linha de corte entre o período do teste e a data da morte. Segundo comunicado no site do governo britânico, "há relatos de que a falta de uma linha de corte pode distorcer os números reais de mortes diárias". De acordo com a Universidade Johns Hopkins, que tem compilado os números da pandemia no mundo, o Reino Unido acumula 45.318 óbitos.

Incêndio atinge Catedral de Nantes, na França

A catedral de Nantes, na França, considerada uma joia da arquitetura gótica, foi parcialmente destruída por um incêndio na manhã de sábado (18). O prefeito da cidade determinado que seja investigada a possibilidade de um incêndio criminoso. Ainda há uma centena de bombeiros no local.

Diferentemente do que ocorreu na Catedral de Notre Dame, em Paris, em Nantes havia três focos distintos de fogo – o que sugere uma ação intencional. A área mais atingida da catedral foi a do órgão, que tinha 400 anos. Também foram destruídos vitrais.

Covid-19: Índia chega a 1 milhão de infectados 
e é o terceiro país com mais casos

A Índia chegou, nesta sexta-feira (17), à marca de 1 milhão de casos de coronavírus. O país é o terceiro mais atingido pela doença no mundo, atrás somente dos Estados Unidos e do Brasil. Em 24 horas, foram registrados 34,9 mil novos casos. 25,6 mil pessoas já perderam a vida em decorrência do coronavírus na Índia.

A situação levou diversas localidades a restabelecerem o lockdown. Em Bangalore, por exemplo, cidade que é considerada o centro de inovação tecnológica da Índia, o governo determinou medidas de isolamento mais rígidas durante uma semana, após o crescimento exponencial de casos na região. A Índia, que tem população total de 1,4 bilhão de pessoas, já havia passado por um lockdown nacional no fim de março. Estima-se que o país esteja realizando cerca de 300 mil testes por dia.

Maioria dos protestos na Venezuela são por direitos básicos

Relatório divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais (OVSC) apontou que somente no primeiro semestre de 2020 foram registrados 4,4 mil protestos no país. O número equivale a uma média de 25 manifestações por dia. Mais da metade dos protestos foram motivados pela exigência da concretização de serviços básicos.

A falha na concessão de energia aos cidadãos aparece em primeiro lugar nas reivindicações, seguida pelas demandas por água e gás. O fato de a população precisar ir às ruas para exigir condições de vida mais dignas torna os cidadãos mais vulneráveis à Covid-19, alerta a organização. Protestos pela exigência de melhores condições trabalhistas no país também são comuns.





Cair mas levantar

Por Alexandre Garcia

Nos últimos quatro meses, quem vem mandando no Brasil e em você? Pelo que se sente, são os governadores, os prefeitos, os juízes, os promotores. O Supremo tirou poderes do chefe do governo. E o povo, de onde emana todo poder, está a obedecer infindáveis ordens e contraordens, supostamente para proteger vidas.

Primeiro, usaram as covas abertas e os caixões ainda vazios para nos intimidar - quer dizer, nos ameaçaram com a morte. Aí, nos enxotaram das praças, das praias, dos bares e restaurantes, fecharam nossas empresas e empregos e nos condenaram à prisão domiciliar.

Tem sido um período de agressão às liberdades básicas: direito de ir e vir, direito ao trabalho, liberdade de opinião, de expressão, direito à privacidade. Tivemos buscas e apreensões e prisões por crimes de opinião; até a Lei de Segurança Nacional   foi retirada do baú, com participação, ironicamente, da Corte encarregada de interpretar a Constituição.

Decretos municipais tiveram poder de algemar pessoas que estavam na praça, na praia e até em sua própria loja. O Senado, por sua vez, apressou-se em aprovar uma lei de censura ao meio que democratizou a informação. Em suma, o Estado, todo-poderoso, aproveitou-se da pandemia para proteger-se da cidadania.

O que assusta em tudo isso é constatar que havia em corações e mentes, latente, o germe do totalitarismo. Quando o organismo nacional se desviou para reagir a um vírus, o totalitarismo aproveitou-se para germinar - sem reação de grande parte meios tradicionais de informação.

Sob o manto escuro do medo do vírus, as agressões às liberdades foram se perpetrando. O que move seus agentes? O medo das novas ferramentas digitais; medo de serem ultrapassados; medo da fiscalização e julgamento da nova opinião pública, que tem a rapidez da comunicação digital.

Enfraquecer a economia, fechando o comércio, os serviços, as fábricas, pode debilitar os balanços e os empregos. Mas não pode debilitar a cidadania, a liberdade, os direitos constitucionais.

Fraccionaram a nacionalidade nesses últimos anos, importando modismos estrangeiros; nos dividiram para nos enfraquecer. E viram agora, nesta pandemia, a oportunidade para ir mais rápido, nos acostumar sem liberdades.

Já passam quatro meses de privações, mas esquecem que o brasileiro, quando cai, sempre “levanta, sacode a poeira e dá volta por cima”.