PF indicia Aécio e mais
onze por
superfaturamentos na construção
da Cidade Administrativa de MG
O inquérito investiga
corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica,
por ilegalidades cometidas durante a construção da sede do governo do estado
A Polícia Federal
indiciou, na tarde desta quinta-feira (7), o ex-governador e atual deputado
federal Aécio Neves (PSDB-MG) e outras onze pessoas por corrupção passiva e
ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica, por ilegalidades
cometidas durante a construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais.
Segundo o relatório da PF,
entregue hoje à Justiça Estadual, o
processo de licitação foi dirigido para que um grupo de empreiteiras
vencesse a licitação. Há, ainda, indícios de desvio de recursos públicos
através de contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram
executadas na obra. A investigação apontou que o prejuízo aos cofres públicos
totalizara quase R$ 747 milhões. Os onze indiciados ao lado de Aécio Neves são
representantes das empreiteiras envolvidas.
Inicialmente, a construção
da Cidade Administrativa foi orçada em R$ 900 milhões. O Tribunal de Contas do
Estado afirma que o custo da obra passou de R$ 1,8 bilhão.
Em delação premiada no fim
de 2016, o ex-diretor superintendente da Odebrecht, em Minas, Sérgio Neves
denunciou um suposto esquema de desvio dinheiro durante as obras do complexo
administrativo.
Segundo o delator, o então
presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), Oswaldo
Borges, determinou que 3% de um contrato com a Odebrecht, Queiroz Galvão e OAS
iriam para Aécio Neves para futuras campanhas políticas. O contrato era de R$
360 milhões.
As duas empresas seriam as
construtoras Cowan e Alicerce. O delator disse que elas foram subcontratadas,
mas, para não fazer nada.
“Custou R$ 5 milhões no
contrato. Fizemos um contrato de prestação de serviço o valor de R$ 5 milhões
fictícios, sem a prestação de serviço com a Cowan e R$ 2,650 milhões com a
Alicerce, um contrato de consultoria sem a prestação de serviços”, afirmou
Sérgio Neves.
Em nota, a defesa de Aécio
Neves disse que "a conclusão da autoridade policial é absurda e contraria
as investigações da própria PF que, depois de mais de três anos de
investigações, não encontrou nada que comprometesse a atuação do Deputado Aécio
Neves. A obra foi acompanhada por auditoria independente e seu edital
apresentado ao TCE e ao Ministério Público que não apontaram qualquer
irregularidade. Sequer os aditivos de preço autorizados por lei foram
praticados à época. A defesa confia que a Justiça comprovará o absurdo da
acusação".
Fonte: G1