Quem torce pelo
coronavírus, torce por
atritos entre Bolsonaro e outros poderes
Por Alexandre Garcia
O presidente Bolsonaro não
terá o celular apreendido pelo STF, mas ele já tinha dito que não entregaria. O
pedido foi feito por um partido político de oposição e encaminhado pelo
ministro Celso de Mello.
No entanto, o
procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que partido político não é
parte legítima para fazer pedidos sigilosos do presidente da República. Celso
de Mello não deve ter gostado da decisão.
O ministro fez o despacho
para arquivar o pedido, mas fez reprimendas a Bolsonaro. Celso de Mello disse
que o presidente não quis obedecer a Constituição e o STF. O fato é que
Bolsonaro expressou que não entregaria.
Não é só porque Bolsonaro
disse que não iria entregar o celular, que essa seria a posição que ele teria.
Portanto, Celso de Mello não pode afirmar nada. Gilmar Mendes até já disse que
Bolsonaro nunca deixou de cumprir um pedido da Justiça.
Mais uma vez Celso de
Mello cria atritos com Bolsonaro e se torna suspeito para continuar sendo
relator do inquérito que investiga possíveis interferências por parte do
presidente na Polícia Federal.
Depois que todo mundo viu
o vídeo da reunião ministerial o inquérito foi pelo ralo. As pessoas perceberam
que o que aconteceu naquele encontro não foi bem o que Sergio Moro disse. O
ex-ministro que se sentiu atingido.
Aliás, saiu uma decisão do
Conselho de Ética da Presidência da República que determina que Moro continue
recebendo salário durante seis meses, começando pelo mês em que ele saiu do
governo, mas em contrapartida o ex-ministro não poderá advogar.
Investigação sobre fake
news
Não sei se ainda há
motivos para continuar com a investigação contra fake news deflagrada pela PF.
Invadiram os dados do presidente, dos três filhos dele, de alguns ministros e
de outros aliados.
Um dos aliados expostos
foi o deputado estadual Douglas Garcia, que também foi citado no inquérito
contra fake news. Ou seja, a escolha dos alvos é praticamente uma assinatura da
ideologia da autoria. O Twitter retirou o conteúdo do ar com muita rapidez essa
invasão.
Encontro de ministros
Na noite de segunda-feira
(1), o ministro da Defesa general Azevedo e Silva e Alexandre de Moraes se
encontraram na casa de do ministro do STF. A notícia da reunião dos dois só foi
divulgada na terça-feira.
O inquérito das fake news
está aberto há 14 meses, e não tem data para acabar. Entretanto, ele foi todo
feito dentro do STF e não tem nenhuma finalidade. Mas, no próximo dia 10, o
plenário vai decidir sobre.
Certamente os dois
conversaram sobre isso na tentativa de evitar a continuação dos atritos entre
os poderes. Os mesmo que estão torcendo para o coronavírus estão torcendo pelos
atritos e quando isso não acontece eles inventam.
Sem projeto no Senado
O Senado não votou o
Projeto de Lei, que de certa forma aumentaria as garantias de quem navega nas
redes sociais, porque o relatório teve mudanças que ainda não foram concluídas.
Proibindo manifestações?
O governador Dória e o
prefeito de São Paulo informaram que está proibido haver duas manifestações
antagônicas ao mesmo tempo. Até parece que eles descobriram isso agora, mas
está escrito na Constituição de 1988.
Outra coisa, as
manifestações pacíficas estão sendo chamadas de antidemocráticas; e as
manifestações violentas que queimam a bandeira do Brasil estão sendo chamada de
antifascistas. Deve ser brincadeira com os nossos neurônios.
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