quarta-feira, 3 de junho de 2020



Os black blocs voltaram? Protestos 
pelo Brasil descambam para a violência

As manifestações que ocorrem desde o último fim de semana, que têm colocado manifestantes pró e contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas ruas ao mesmo tempo, acendem um alerta em relação a atos de confronto e vandalismo e trazem de volta a tática dos black blocs para o cenário brasileiro. As manifestações pró-governo já vêm acontecendo desde março em várias cidades do país. Desde domingo (31), várias cidades do país também têm registrado atos contra o governo e a agenda deve se intensificar nos próximos dias.

Segundo o jornal Valor Econômico, as forças de segurança federal e dos estados estão preocupadas com o ressurgimento dos black blocs em manifestações no Brasil. No próximo fim de semana, há manifestações pró e contra o presidente agendadas em Brasília e há um receio das forças de segurança de que ocorra violência nos atos.

O site O Antagonista afirma que a avaliação na cúpula do Exército é que manifestações com atos de vandalismo e confronto devem ser contidos pelas forças de segurança dos estados. Mas o Exército não descarta intervir caso a situação fuja do controle.

A manifestação que terminou em quebra-quebra
A manifestação em Curitiba, chamada pelas redes sociais, começou nesta segunda-feira (1) por volta das 18 horas no centro da cidade. O grupo “antifa”, que utiliza símbolos anarquistas (bandeira preta) e socialistas (bandeira vermelha), ambos de características não democráticas, carregava faixas com frases de combate ao racismo e ao fascismo.

O ato remete aos protestos que já duram uma semana nos Estados Unidos contra a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos, por um policial branco na cidade de Minneapolis. Por lá, os protestos também têm descambado para a violência e confronto entre policiais e manifestantes em várias cidades.

Durante o ato em Curitiba, os manifestantes queimaram uma bandeira do Brasil em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual do Paraná, o que é classificado como crime. Vídeos nas redes sociais mostram duas faces do protesto: movimentos pacíficos de manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido); e momentos de depredação. Também há vídeos que mostram a ação da Polícia Militar (PM) contra manifestantes.

Durante uma caminhada, uma parte dos manifestantes depredou prédios públicos e particulares, incluindo um prédio do Tribunal de Justiça do estado. Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que, em equipamentos públicos do município, houve registro de danos em algumas estações-tubo na região do Centro Cívico e pontos de mobiliário urbano na Praça Tiradentes e na Travessa Nestor de Castro.

Em coletiva de imprensa realizada na noite de segunda-feira (2), o subcomandante geral da polícia Militar do Paraná, coronel Antônio Carlos de Morais, disse que a corporação agiu “com a firmeza necessária” diante de uma ação violenta por parte dos manifestantes. 

Por meio de nota, a organização do ato afirma que os manifestantes se comportaram de maneira ordeira “em defesa da democracia e contra o racismo”. “Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento”, diz a nota.

Fonte: Gazeta do Povo

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