Bolsonaro participa de
manifestação
e afirma que “acabou a patifaria”
Por Alexandre Garcia
Ontem nas manifestações
houve uma presença muito significativa, a do presidente Jair Bolsonaro. Lá na
frente do QG do Exército, os manifestantes foram para lá e ele resolveu ir
também. Só a presença dele significou mais que as palavras. O presidente subiu
em cima de uma caminhonete, deu de novo o mesmo recado ao Rodrigo Maia, dizendo
que não vai negociar coisas com ele. Um tipo de diálogo, esclareceu mais tarde
Bolsonaro na CNN, que Rodrigo Maia quer, mas que ele não quer. É aquela
história de ceder cargos do Executivo para deputados e senadores em
ministérios, estatais - para partidos políticos principalmente.
Disse que o povo está com
ele, que o que tinha de velho ficou para trás e que acabou a época da
patifaria, e que a obrigação de lutar pelo país é do povo, com base na
democracia e liberdade. Disse também para o povo que estava lá: “Chega da velha
política! Juramos dar a vida pela Pátria”. Significativamente estava atrás
dele, respaldando o presidente, a fachada do QG do Exército. Eu achei estranha
a presença dele em uma manifestação política na frente do QG do Exército, mas
ele decidiu dar esse significado; afinal é o comandante supremo das Forças
Armadas. Aconteceram manifestações assim na frente de instalações militares
pelo país inteiro.
Diretor da
OMS respalda Bolsonaro
Bom, eu estava ouvindo de
novo - porque quase não acreditei - uma declaração do diretor-geral da
Organização Mundial de Saúde, que parecia o presidente Bolsonaro falando três
semanas atrás. Ele, o diretor-geral da OMS, disse que nem todos os países
são iguais. Países ricos que têm recursos podem fechar tudo, mas países mais
pobres que têm grande parte da população na pobreza, não. Aqui eu vi 75 milhões
de pessoas saíram atrás de R$ 600,00 [da contribuição do governo]. Então, com
essas populações não é justo; que aquele que trabalha para alimentar uma
família no dia a dia não possa trabalhar, que a criança fique em casa correndo
até risco de abusos e perca a comida da merenda escolar, que o “fique em casa”
seja à custa dos direitos humanos. Isso saiu da boca, não do presidente
Bolsonaro, mas do diretor-geral da OMS, órgão da ONU.
Coronavírus:
Brasil x EUA
Eu estava comparando
números do coronavírus. Os Estados Unidos, com 40 mil mortos, têm 300 milhões
de habitantes. O Brasil que tem menos, pouco mais de 200 milhões de habitantes,
está com menos de 2,5 mil óbitos. Será que isso significa que a nossa medicina
é muito melhor que a medicina americana, cheia de prêmios Nobel? Acho que não.
Talvez sejam as características diferentes da população ou do clima dos países.
Então a gente não pode
fazer igual a países do hemisfério norte que têm outro tipo de aglomeração,
outro tipo de faixa etária, outros tipos de hábitos alimentares, outro tipo até
de etnia. Aqui nós teríamos de ter, se comparados com os Estados Unidos, na
mesma proporção, 26 mil mortos e a gente não chega a 2,5 mil. Não tem um décimo
disso. Só para a gente pensar a respeito do tratamento.
Aliás eu estou vendo aqui,
o único número que é ponderável é o número de mortos. O número de infectados,
diz respeito aos exames que foram feitos e que deram positivo. É provável que
haja milhões de infectados no Brasil que nem ficaram sabendo. Mas esses números
estão mais ou menos estáveis; não estão subindo: 99, depois 105, depois 204,
depois 204 de novo, depois cai para 188, depois sobe para 206, agora caiu para
115.
Tudo isso é para gente
pensar a respeito da maneira de conduzir a pandemia aqui. Eu vejo que não se
pode abrir e superlotar hospitais, mas não se pode manter tudo parado e deixar
os hospitais ociosos. Então é preciso encontrar um meio termo, sensato,
inteligente, e de acordo com a situação do país. Não é apenas sair
prendendo gente que está na rua, isso aí é terrível. Isso até a OMS condena: a
agressão a direitos humanos em nome do “fica em casa”.
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