Facções do PSL lembram o
que de pior tinha o PT
O presidente Jair
Bolsonaro vai entrar com advogado na Justiça Eleitoral para ver se consegue
abrir a caixa-preta – como ele chama – do PSL dos últimos cinco anos. Há uma
briga entre ele e o presidente do partido sobre o uso de uma soma muito maior
do que o partido tinha.
O PSL era um partido
nanico. Quando abrigou a candidatura de Jair Bolsonaro teve 58 milhões de votos
e cresceu. Hoje é um dos maiores partidos do país. O PSL tem direito a cerca de
R$ 100 milhões de fundo eleitoral. Todo mundo ficou de olho neste belo fundo
eleitoral.
O presidente está exigindo
que o fundo seja usado de forma transparente na estruturação do partido para se
preparar para as eleições municipais do ano que vem e assim se formar realmente
uma base sólida que não dependa só dele. Fazer isso está difícil porque a
cobiça vai longe.
Hoje a gente tem quatro
grupos dentro do partido. Parece o PT dos tempos em que estava no poder e tinha
facções com nome. O primeiro grupo é o que está com o presidente e está
correndo risco.
Se muita gente deixar o
partido, de um modo ou de outro, pode ser enquadrado na lei partidária e ser
punido. Tem gente que está correndo esse risco, mas está com o presidente onde
é que ele esteja.
O segundo grupo é o que
está receoso. Esses querem ficar com o presidente, mas têm medo de perder voz,
espaço e força. Eles estão indecisos. Em terceiro lugar é o grupo que vai
deixar a corda esticar até o fim para ver de que lado fica – eles vão ficar do
lado mais seguro e forte dessa luta.
Por fim, tem o pessoal que
está com o presidente do partido, Luciano Bivar. Esse é o pessoal que está de
olho nos recursos. Eles gostam de administrar, porque nunca conheceram tantos
recursos e acham que vão gostar. Esse é o problema dentro do PSL.
Julgamento pretérito
No Supremo, quinta (17)
vai haver mais um julgamento sobre prisão em segunda instância. Se aprovado, o
sujeito que for condenado em segunda instância, depois de ter o recurso negado,
ele tem que ir preso.
O STF já decidiu isso, mas
vai decidir de novo, são essas coisas da Justiça brasileira. Eles vão decidir
sobre a decisão pretérita. Na maior parte dos lugares do mundo o sujeito que é
condenado pelo juiz de primeira instância vai para a cadeia e depois recorre.
Se o tribunal conceder o recurso, o sujeito sai da prisão.
Aqui no Brasil é
diferente, o sujeito fica até o trânsito em julgado solto, que é até o fim, é
até que não tenha mais chances. Paulo Maluf ficou 25 anos esperando para ser
preso, agora ele está na prisão domiciliar. É uma coisa incrível a impunidade
brasileira prevista em lei.
Fizeram o pacote anticrime
para entre outras coisas acabar com a impunidade; pegar corrupto, traficante,
assaltante com mais facilidade – porque todos eles têm muitos direitos – e, no
entanto, até o Tribunal de Contas da União impede que o governo faça propaganda
desse pacote.
O pacote quer combater o
crime, conforme o compromisso do candidato Jair Bolsonaro na campanha
eleitoral. O presidente ganhou 58 milhões de votos de gente que quer acabar com
o crime, com a insegurança, com o medo, com os assaltos, com as balas perdidas,
com os homicídios e sobretudo com a corrupção.
Agora, a Advocacia-Geral
da União vai entrar com um recurso no Tribunal de Contas da União para ver se
resolve esse impedimento. É incrível pensar que tem gente torcendo pelo crime e
vai contra o endurecimento das leis. Esse endurecimento nem é endurecimento, é
uma lei normal. Aqui no Brasil as leis são tão fraquinhas que nós temos o
reinado da impunidade.
Missão para Marinha
O óleo que está no
Nordeste é petróleo venezuelano e ninguém sabe de onde saiu. Estão falando em
navio fantasma. É um navio clandestino que não tem registro em lugar nenhum,
não tem bandeira e faz contrabando.
Será que os nossos aliados
estadunidenses não têm imagem de satélite dessa mancha de óleo e descobrem de
onde é que veio e de onde é o navio. Seria ótimo se avisassem onde é que está
esse navio para dar uma missão para a Marinha brasileira.
Alexandre Garcia