Lava Jato 67 aponta
propina de US$ 12 mi
para ex-diretor da
Petrobrás indicado pelo PT
Os procuradores do Ministério Público Federal acreditam
que o grupo multinacional ítalo-argentino Techint pagou,
entre 2008 e 2013, cerca de US$ 12 milhões de propina, aproximadamente R$ 49
milhões, a Renato de Souza Duque, ex-diretor de
Serviços da Petrobrás. O
nome de Duque para a direção da estatal foi uma indicação política do Partido
dos Trabalhadores, conforme disse José Dirceu em depoimento ao
juiz Sergio Moro no ano passado. O
pagamento de valores indevidos é alvo da Operação Tango & Cash, fase 67 da Lava Jato,
deflagrada na manhã desta quarta, 23.
Os investigadores
acreditam que a propina tenha sido uma contrapartida para a contratação da
Confab Industrial, subsidiária brasileira da Techint, para fornecer tubos à
Petrobrás. De 2006 a 2012, ano em que Duque deixou a diretoria de Serviços, a
Confab celebrou contratos com a petrolífera no valor de R$ 3 bilhões.
Segundo o MPF,
representantes da Confab no Brasil teriam realizado pagamentos por meio de
contas bancárias na Suíças para empresas offshore controladas por um
intermediário de Duque.
“Posteriormente, conforme demonstraram os documentos
recebidos das autoridades italianas, as transferências ilícitas passaram a ser feitas
diretamente pela alta administração do Grupo Techint a um operador financeiro
ligado ao ex-Diretor de Serviços.”
A offshore era controlada
pelo operador financeiro João Antônio Bernardi Filho, acreditam os
investigadores. Toda vez que o pagamento da Petrobrás era efetuado, um
executivo da Confab viajava para a sede argentina da Techint para negociar as
transações ilícitas da propina.
Diretores da
Petrobrás investigados
Os agentes que foram às
ruas na manhã desta quarta também devem procurar documentos que esclareçam
pagamentos sem razão econômica aparente a Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área
Internacional da Petrobrás. Ele recebeu diversas visitas do diretor do Grupo
Techint no Brasil, Ricardo Ourique Marques, e recebeu, em 2012, por meio de
contas offshore, 539 mil francos suíços, equivalente a R$ 2,2 milhões.
Outro alvo de buscas e
apreensões hoje é endereço ligado ao ex-Gerente-geral da Diretoria de
Abastecimento da Petrobrás, Fernando Carlos Leão de Barros. Com base em
cooperação internacional com a Suíça, foram identificados e bloqueados US$ 3,25
milhões em contas bancárias ligadas ao ex-Gerente.
As investigações apontam
que estas receberam, sem causa econômica lícita, 527 mil francos suíços (cerca
de R$ 2 milhões) de contas controladas pelo Grupo Techint em 2013, e US$ 763
mil (R$ 3,14 milhões) de offshores ligadas ao Grupo Odebrecht em 2014.
Fonte: Estadão
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