segunda-feira, 14 de outubro de 2019



Investigação chega cada vez mais 
perto dos grandes bancos


Depois de praticamente finalizar as investigações sobre o envolvimento das principais construtoras do país no esquema de desvios de recursos da Petrobras, a Lava Jato parece estar abrindo um novo foco de investigações. Neste ano, as operações da Polícia Federal (PF) começaram a mirar bancos usados para lavar o dinheiro desviado dos cofres públicos. Pelo menos seis instituições bancárias já aparecem em investigações da força-tarefa: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BGT Pactual, Itaú, Bradesco e Santander.

A homologação da delação do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, fechada com a Polícia Federal, ainda pode abrir caminho para investigações mais aprofundadas sobre as principais instituições financeiras do país. Entre os alvos do ex-ministro nos depoimentos da delação estão o BTG, Banco Safra, Itaú/Unibanco, Bradesco, dentre outros. Todos os implicados negam as acusações.

Os rumores de que a Lava Jato se aproxima dos bancos em sua teia de investigação correm desde 2017, com a expectativa de um acordo de delação de Palocci. O Ministério Público Federal (MPF) desistiu do acordo com o ex-ministro, mas o ex-ministro acabou fechando a delação com a Polícia Federal (PF) e teve o acordo homologado pela Justiça.

Uma reportagem do portal UOL mostrou, no início de outubro, que investigações da Lava Jato apontam que contas abertas nos cinco maiores bancos do país foram usadas para lavar dinheiro desviado da Petrobras. O dinheiro sujo teria passado por Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander.

Ao todo, segundo a reportagem, foi movimentado R$ 1,3 bilhão em todas as contas. A Lava Jato apura se os bancos têm envolvimento no crime de lavagem de dinheiro ao facilitar as transações suspeitas.

A maior parte do dinheiro, R$ 989,6 milhões, teria passado pelo Bradesco. O Banco do Brasil – que teve gerentes como alvo na 66.ª fase da Lava Jato – teria movimentado R$ 200 milhões. Pelo Itaú teriam passado R$ 94,5 milhões. Já pelo Santander teriam sido R$ 19,5 milhões. Outros R$ 4,1 milhões teriam sido lavados através de contas da Caixa Econômica Federal.

Palocci pode não ter sido o único a delatar instituições financeiras

Além da delação de Palocci, outro delator que pode ter citado instituições financeiras é o doleiro Lúcio Funaro. Ele é acusado de ser o operador financeiro do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que está preso na Lava Jato desde 2016.


Os bancos que mais doaram à campanhas políticas em 2014, somando doações para todos os partidos, foram o Bradesco (R$ 89 milhões), BTG Pactual (R$ 52 milhões), Itaú (R$ 26,6 milhões) e Safra (12,9 milhões) – todos citados na delação de Palocci.

Fonte: Gazeta do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário