Investigação chega cada vez mais
perto dos grandes bancos
Depois de praticamente
finalizar as investigações sobre o envolvimento das principais construtoras do
país no esquema de desvios de recursos da Petrobras, a Lava Jato parece estar
abrindo um novo foco de investigações. Neste ano, as operações da Polícia Federal
(PF) começaram a mirar bancos usados para lavar o dinheiro desviado dos cofres
públicos. Pelo menos seis instituições bancárias já aparecem em investigações
da força-tarefa: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BGT Pactual, Itaú,
Bradesco e Santander.
A homologação da delação
do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, fechada com a Polícia Federal,
ainda pode abrir caminho para investigações mais aprofundadas sobre as
principais instituições financeiras do país. Entre os alvos do ex-ministro nos
depoimentos da delação estão o BTG, Banco Safra, Itaú/Unibanco, Bradesco,
dentre outros. Todos os implicados negam as acusações.
Os rumores de que a Lava
Jato se aproxima dos bancos em sua teia de investigação correm desde 2017, com
a expectativa de um acordo de delação de Palocci. O Ministério Público Federal
(MPF) desistiu do acordo com o ex-ministro, mas o ex-ministro acabou fechando a
delação com a Polícia Federal (PF) e teve o acordo homologado pela Justiça.
Uma reportagem do portal
UOL mostrou, no início de outubro, que investigações da Lava Jato apontam que
contas abertas nos cinco maiores bancos do país foram usadas para lavar
dinheiro desviado da Petrobras. O dinheiro sujo teria passado por Itaú, Banco
do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander.
Ao todo, segundo a
reportagem, foi movimentado R$ 1,3 bilhão em todas as contas. A Lava Jato apura
se os bancos têm envolvimento no crime de lavagem de dinheiro ao facilitar as
transações suspeitas.
A maior parte do dinheiro,
R$ 989,6 milhões, teria passado pelo Bradesco. O Banco do Brasil – que teve
gerentes como alvo na 66.ª fase da Lava Jato – teria movimentado R$ 200
milhões. Pelo Itaú teriam passado R$ 94,5 milhões. Já pelo Santander
teriam sido R$ 19,5 milhões. Outros R$ 4,1 milhões teriam sido lavados através
de contas da Caixa Econômica Federal.
Palocci pode
não ter sido o único a delatar instituições financeiras
Além da delação de
Palocci, outro delator que pode ter citado instituições financeiras é o doleiro
Lúcio Funaro. Ele é acusado de ser o operador financeiro do ex-presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que está preso na Lava Jato desde 2016.
Os bancos que mais doaram
à campanhas políticas em 2014, somando doações para todos os partidos, foram o
Bradesco (R$ 89 milhões), BTG Pactual (R$ 52 milhões), Itaú (R$ 26,6 milhões) e
Safra (12,9 milhões) – todos citados na delação de Palocci.
Fonte: Gazeta do Povo
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