Bolsonaro acusa delegado
de inventar
depoimento de porteiro no caso Marielle
O presidente Jair
Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta quarta-feira (30), que o delegado responsável
pelo inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco
"inventou" o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra.
"Me surpreende o delegado da Polícia Civil inventar o depoimento por ordem
e determinação do senhor governador [Wilson] Witzel para tentar me
prejudicar", afirmou em conversa com jornalistas.
No depoimento, o porteiro
disse que Élcio de Queiroz, acusado de participar do assassinato da vereadora e
do motorista Anderson Gomes, teria pedido para ir à casa de número 58, de
propriedade de Bolsonaro, no dia do assassinato. No mesmo condomínio mora
Ronnie Lessa, acusado de proferir os disparos que mataram Marielle e Gomes. As
informações foram reveladas pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
De acordo com Bolsonaro,
Witzel "conduziu o inquérito para onde queria", em uma tentativa de
prejudicá-lo. "É um ato criminoso do governador do Rio de Janeiro, que tem
ambições políticas. Mas, como não tem competência para aparecer para o Brasil,
acaba atacando o atual presidente da República", completou.
Na manhã desta quarta
(30), Witzel rebateu o que Bolsonaro afirmou mais cedo e negou ter vazado
qualquer informação envolvendo a investigação do assassinato de Marielle.
Vídeo dos registros de voz
do condomínio
Bolsonaro também disse que
pediu ao filho Carlos que fosse até o condomínio e acessasse os registros das
ligações feitas pela portaria do condomínio. Mais cedo, Carlos publicou, em sua
conta no Twitter, um vídeo em que apareceriam as ligações feitas – sem nenhuma
para a casa de Bolsonaro no horário em que Queiroz foi até o condomínio.
"O meu filho foi na
portaria, pegou os registros de voz para aquele horário e viu para onde foi
feita a ligação. Não foi para a minha casa, e a voz está muito longe de ser a
minha", afirmou.
Moro pede investigação
O presidente comentou,
ainda, o pedido ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para
que um novo depoimento fosse tomado. "Conversei com o ministro e vamos
tomar as providências, passando pela Procuradoria-Geral da República, para que
sejam investigadas as pessoas que fizeram que em depoimentos constassem
afirmações que visavam incriminar o presidente", afirmou Bolsonaro.
Mais cedo, Moro encaminhou
um ofício ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, solicitando a
instauração de um inquérito para apurar o depoimento.
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