Em tempos duros vale tudo.
Inclusive governadores
pedirem esmola como
colonizados
Você deve detestar a
corrupção porque ela tira o dinheiro dos seus impostos, pagos direto ou indiretamente,
e em vez de serem usados para educação, saúde, segurança pública ou
infraestrutura, eles vão para o bolso de políticos ou para o cofre de partidos.
Pois, contrariando você – a menos que você goste de ser tapeado – 175 deputados
assinaram um pedido de CPI para constranger o grupo da Lava Jato, que está
investigando os corruptos.
Esses 175 deputados são do
PT, do PSOL, do PCdoB, a maior parte do PDT e de outros partidos. Eles vão
pedir ao presidente da Câmara uma CPI para constranger as investigações do
Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça.
Eles não estão gostando
das investigações, inclusive, porque alguns podem ser investigados futuramente.
Não adiantaram as investigações dos casos dos Anões do Orçamento, nem do
Mensalão. Mas a Lava Jato está funcionando.
Na Itália foi assim com a
Operação Mãos Limpas. Alguns políticos contrariados com seus interesses
atingidos tentaram boicotar a operação. Isso é o que estão tentando fazer agora
aqui no Brasil, por mais incrível que possa parecer.
Um registro de esmola
Os governadores da região
da Amazônia legal - Amapá, Roraima, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão,
Rondônia e Acre - vieram a Brasília para conversar com os embaixadores
representantes do Reino Unido, da Noruega e da Alemanha. A reunião foi
justamente na embaixada da Noruega, país daquela empresa Hydro, que tanto
poluiu a Amazônia.
Eles pediram para que os
países continuem dando esmola para defesa da Amazônia. Em tempos duros e de
falta de verbas está valendo tudo, inclusive vir com o pires na mão em uma
atitude de colonizados. Uma pena a gente ver isso.
Novo PGR
Eu vi uma declaração do
novo – já que ele vai ser aprovado no Senado certamente – procurador-geral da
República, Augusto Aras. Ele disse que o presidente não vai poder mandar ou
desmandar na PGR - como se o presidente alguma vez tivesse mandado ou desmandado
na senhora Raquel Dodge...
Não sei de onde saiu a
declaração, mas achei uma declaração óbvia. Mas isso cria um factoide que de o
presidente quer interferir. Isso é igual uma manchete que um jornal deu depois
de entrevistar o vice-presidente General Hamilton Mourão – que está em
exercício na presidência – dizendo que não há saída fora da democracia. Isso é
o óbvio.
Criaram um factoide de que
a democracia estaria em perigo - e isso vira manchete. O que é um horror. As
pessoas inventam uma versão, passam a acreditar naquela versão e depois quando
aparece o óbvio elas acham que é notícia e dão destaque para o óbvio.
Para finalizar...
Eu queria registrar mais
uma vez o grande desempenho da lavoura brasileira. Quando eu cheguei a
Brasília, em 1976, a produção agrícola era de 40 milhões de toneladas de grãos.
Agora são 240 milhões. Multiplicou-se seis vezes.
Só na última safra o milho
cresceu 22%, a produção cresceu 6,5% e a área plantada apenas 2%. Isso quer
dizer que a produtividade está crescendo ainda mais. Graças a uma milagrosa
empresa estatal brasileira de pesquisa e desenvolvimento da agropecuária: a
Embrapa.
Essa estatal é um modelo e
foi um marco. Ela foi criada no governo Geisel e do ministro Alisson Paulinelli
e fez a diferença para a agricultura brasileira. Tanto que o Brasil é alvo de
interesses estrangeiros que tentam conter o crescimento da agricultura do país
por causa da concorrência.
O Brasil que nunca era
grande concorrente de ninguém passou a ser. Agora estão preocupados com isso.
Todos esses movimentos a favor da Amazônia, que inventam grandes incêndios em
uma mata que não pega fogo porque é úmida. É bom que a gente fique atento a
todos esses movimentos em um momento em que o país cresce e se torna
concorrente do grande mercado internacional.
Alexandre Garcia
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