Médicos pelo Brasil, o programa
que substitui o Mais Médicos
Com o objetivo de levar
médicos para as regiões mais remotas e carentes do país, o governo de Jair
Bolsonaro lançou nesta quinta-feira (1) o programa Médicos pelo Brasil, que
substitui o Mais Médicos, uma das marcas da gestão de Dilma Rousseff (PT). O
novo programa foi criado em medida provisória assinada por Bolsonaro no Palácio do
Planalto, durante cerimônia que contou com a presença de outras autoridades.
As principais novidades do
Médicos pelo Brasil são o aumento do número de profissionais que vão trabalhar
no programa, a elevação da remuneração dos médicos e a criação de uma carreira
de Estado para essa função. Pela formatação do novo programa, não haverá espaço
para os médicos cubanos que ficaram no Brasil – a não ser que eles consigam
validar seu diploma no país.
A substituição do Mais
Médicos pelo Médicos pelo Brasil será gradual. O governo pretende criar 18 mil
vagas – uma ampliação de 7 mil postos de trabalho em relação ao modelo que está
sendo substituído.
A estratégia é priorizar
os municípios onde há os maiores vazios assistenciais. Das 18 mil vagas
previstas, pelo menos 13 mil serão direcionadas para essas cidades. O Norte e o
Nordeste também serão priorizadas: 55% dos profissionais serão destinados a essas
regiões.
O Ministério da Saúde não
informou quantos médicos serão contratados na primeira etapa do novo programa,
e nem quando espera que ela comece. Enquanto os novos profissionais não são
contratados, aqueles que já fazem parte do Mais Médicos vão continuar a
trabalhar, pois eles têm contratos de até três anos. O governo vai avaliar se
esses médicos poderão ser reaproveitados no novo programa ou se terão de passar
pelo processo seletivo do Médicos pelo Brasil, como todos os demais
interessados.
Como será a seleção dos
médicos e quanto eles vão ganhar
Os médicos serão
selecionados por um processo seletivo eliminatório e classificatório. O
Ministério da Saúde vai criar uma instituição (um serviço social autônomo)
apenas para organizar as provas e ser responsável pela contratação dos
profissionais.
O tempo mínimo de
permanência no programa é de dois anos. Ao longo desse período, o médico terá
de fazer um curso de especialização ofertado pelo Ministério da Saúde.
Nesse período, eles vão
receber R$ 12 mil mensais líquidos, com gratificação de R$ 3 mil adicionais
para locais remotos (rurais e intermediários) e R$ 6 mil para localidades
ribeirinhas e fluviais.
Se aprovados no curso de
especialização, esses médicos poderão ser contratados por meio da CLT e
permanecer na unidade de saúde em que fizeram a formação.
"Todos os médicos que
entrarem nesse programa terão, por dois anos, a especialização em família e
comunidade. Ele [o médico] só será efetivado se tiver essa
especialização", explicou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"Se não fizer [a especialização], a gente deixa... Faz de novo com outro
profissional, até termos o melhor time de médicos especialistas em atenção
primária do mundo."
Uma das principais
novidades do Médicos pelo Brasil é justamente que os profissionais serão
contratados pela CLT – hoje, são celebrados contratos temporários de até três
anos.
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