Além de custar caro, Lula
atrapalha.
E o presídio de Tremembé é só para celebridades
Lula fica na sala especial
de delegados em trânsito na superintendência na Polícia Federal, em Curitiba,
ou vai para o presídio especial de celebridades do crime, em Tremembé, a 150 km
de São Paulo? O Supremo diz que ainda não. Embora um juiz tenha dito que pode
ir.
A defesa de Lula pediu a
transferência para que ele fique mais perto de São Paulo. Curitiba fica a 400
km de São Paulo.
Tomara que ele seja transferido,
porque custa muito caro o cumprimento da pena em Curitiba, atrapalha a rotina
da Polícia Federal e deixa também delegados sem lugar para passar a noite,
porque aquilo é um quarto de trânsito especial de delegados que passam pela
cidade para trabalhar.
Por 10 a 1, o Supremo diz
que não. O voto discordante é do ministro Marco Aurélio. A defesa alega que é
preciso primeiro decidir mais um pedido de habeas corpus de Lula e mais um
pedido de suspeição do ministro Sérgio Moro. Nunca vi tanto recurso quanto os
da defesa de Lula.
O presídio de Tremembé é
só para de celebridades. Estão lá: Alexandre Nardoni, o matador de Isabela
Nardoni com a mulher dele; Roger Abdelmassih, que foi condenado por assédio as
suas clientes; o juiz Nicolau dos Santos Neto, que se envolveu com o senador
Luiz Estevão na construção do prédio da Justiça Federal de São Paulo; os irmãos
Cravinhos, que ajudaram a Suzane Richthofen a matar os pais; e o juiz Rocha
Mattos que recebia propina e vendia sentença.
Agora vamos esperar essa
decisão. Lula já está encaminhado para outro presídio e ainda tem que responder
vários outros processos em que é réu. Alguns esperam só a segunda instância.
Sem depender do Congresso
Há duas medidas
administrativas do governo que não dependem do Congresso Nacional. A primeira:
o Banco Central vai mudar a regulamentação do cheque especial porque constatou
que o juro está muito alto. Está chegando quase a 300% ao ano, e a taxa básica
de juros está lá em baixo 6% ao ano. A diferença é muito grande, e sabe-se que
a maior parte das pessoas que devem é de baixa renda, de dois a cinco salários
mínimos. É preciso certa moralização.
A segunda: as
concessionárias que não dão conta de cumprir seus contratos realizando obras
tem que parar. Ou tem que devolver a concessão e fazer outra licitação, ou
fazer acordo rapidinho. O fato é que a obra não pode parar. E é isso que
deseja o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.
No rastro do dinheiro
Outra questão é a
proximidade dos ministros Sergio Moro e Paulo Guedes na questão do Coaf -
Conselho de Controle de Atividades Financeiras. O órgão se destina a pegar
dinheiro sujo e do crime, seja ele de corrupção ou do tráfico.
A Polícia Federal já
confiscou, só neste ano, R$ 548 milhões do crime. Depois disso, isolam o criminoso
em uma prisão em que ele não pode continuar comandando o crime. E mais do que
isso: sequestram seus bens. Assim, o crime fica sem dinheiro. Quando tiram o
dinheiro do crime, ele para. Vocês viram: faltou dinheiro para o MST e pararam
as invasões.
E o governo também
vai buscar o dinheiro vendendo seus imóveis. O governo tem 750 mil imóveis. Tem
apartamentos no Leblon, em São Paulo, lojas em Vitória, ponto banca em mercado
público municipal... tem de tudo. Então, vai começar a vender já na semana que
vem. O governo pretende vender quatro imóveis em São Paulo ao preço de R$ 200 milhões.
Alexandre Garcia
Gazeta do Povo
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