Ministra Damares Alves faz
vistoria
em aeronaves abandonadas da Funai
Neste fim de semana a
ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves vistoriou
oito aeronaves da Fundação Nacional do Índio (Funai) que foram abandonadas em
pátios e hangares de aeroportos e constatou o sucateamento dos bens.
“Foi uma surpresa quando
descobrimos que a Funai tinha frota e essa frota estava sucateada”, disse
Damares durante vistoria. As aeronaves acumulam prejuízo de pelo menos R$ 3
milhões com aluguéis de hangares não pagos, de acordo com o Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Um edital para leilão dos bens deve
ser lançado dentro de 30 dias.
Os aviões estão em Goiânia
(GO), Brasília (DF), no Rio de Janeiro (RJ) e em Itaituba (PA). De acordo com o
ministério, as aeronaves vistoriadas pela ministra estão em péssimo estado de
conservação e sem condições de voar.
“Verificamos que turbinas
e motores foram roubados. É difícil apurar responsabilidades. No caso do avião
do Rio de Janeiro, não se sabe quando ele chegou. Há uma hipótese de que tenha
chegado em 2013. Temos aeronaves em pátios particulares que a cobrança está
chegando. O que vamos apurar no leilão não paga 20% do que está sendo cobrado
por pátios particulares”.
As aeronaves eram usadas
na atenção à saúde indígena. A ministra ressaltou o prejuízo “incalculável” que
a situação representa para o atendimento a essa população. “É um descaso, índio
morrendo por falta de assistência médica. Essa aeronave poderia estar lá no
Ministério da Saúde com a saúde indígena e está aqui abandonada desde 2012”,
disse a ministra durante a vistoria no aeroporto de Brasília.
Segundo o ministério, a
Funai investiga o ocorrido, mas a suspeita é que elas tenham sido abandonadas
após a competência pelo atendimento em saúde indígena ter sido transferido da
Funai para o Ministério da Saúde, em 2010. Não há registro em documento que
explique o porquê de os bens não terem sido transferidos para o órgão à época.
“Essas aeronaves estavam a
serviços da saúde indígena. Quando a saúde indígena saiu da Funai e foi pra
Funasa, há anos, elas tinham que ter sido enviada para lá, mas esbarrou muitas
vezes no processo burocrático. Dizer que vamos encontrar todos os culpados, não
vamos, porque percebemos que parte da culpa foi a própria burocracia que o
sistema impõe. Mas o descaso é imperdoável”, avaliou Damares
Além das aeronaves de
propriedade da Funai, há também uma de propriedade do Incra que foi cedida ao
órgão para o atendimento aos indígenas.
Na manhã de hoje (8), o
presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter o vídeo da vistoria da ministra
Damares Alves e escreveu que “A Funai, como regra, 'cuidava' de tudo, menos do
índio”.
Agência Brasil
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