Palocci diz que MDB do
Senado
recebeu para apoiar Dilma
O ex-ministro Antonio
Palocci relatou à Polícia Federal em Brasília supostas propinas da J&F ao
MDB no Senado para a suposta compra do apoio do partido à candidatura de
reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014. A investigação tem
como base a delação de executivos do Grupo e está no Supremo Tribunal Federal
(STF) por mirar senadores emedebistas que têm foro privilegiado.
Em janeiro, o delator, que
fez parte dos governos Lula e Dilma, se ofereceu para falar a respeito de
políticos do MDB. Seu depoimento foi no dia 30 de maio. Após o depoimento, a
Polícia Federal pediu mais 60 dias para a continuidade do inquérito. Entre as
diligências, os agentes querem saber quem entrou na residência do ex-presidente
do Senado, Renan Calheiros, no período eleitoral, em 2014. As investigações
também receberam um depoimento de um dos alvos que relatou a entrega de malas
de dinheiro em suposto benefício do emedebista.
Palocci reitera fatos já
expostos pelos executivos da J&F. Ele somente deixou de citar alguns nomes
de empresas que constam ainda em termos sigilosos de sua colaboração. Em
delação, Joesley Batista informou à Procuradoria-Geral da República que o grupo
mantinha duas 'contas-correntes' de propina no exterior em suposto benefício de
Lula e Dilma, com US$ 150 milhões, em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido
Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.
No final das eleições
2014, Palocci diz ter recebido uma solicitação de Mantega para entregar R$ 30
milhões da reserva do PT para o PMDB do Senado e que Joesley "relatou que
Mantega havia pedido pressa no pagamento pois havia risco de perda do apoio do
PMDB do Senado na eleições presidenciais de 2014". Joeley teria dito a
Palocci que teria confirmado com Dilma a ordem para pagar. Segundo Palocci,
Joesley teria lhe dito que "estava lidando naquele momento com uma
reclamação de Michel Temer, do Partido MDB, acerca do fato de Joesley estar
contribuindo exclusivamente com senadores da sigla".
Defesas
A defesa de Dilma informou
que não teve acesso ao depoimento. A J&F informou que não ia se manifestar.
A defesa de Mantega não se pronunciou. A reportagem não conseguiu ouvir a
defesa de Temer. O criminalista Luis Henrique Machado, que defende Renan, disse
"a delação de Palocci foi recusada pelo Ministério Público por ausência de
provas". E conclui: "Sobre as delações de Ricardo Saud e de pessoas
vinculadas à JBS, a própria PGR pediu a revogação dos acordos”.
Fonte: Terra
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