Os
petralhas tentaram dar um golpe na República!
Seu lugar é a cadeia!
Reinaldo
Azevedo
12 de
setembro de 2012
Meu blog está hospedado no
site da VEJA.com, como sabem. E acredito que nós devemos incentivar os
petralhas a gritar, com aquela energia muito característica, que emula com os
zurros: “Cadê o áudio? Cadê o áudio?” Será que eles sabem de algo que não sei?
Será que sabem tudo o que já vazou do que eles chamam “supostas” fitas e,
sobretudo, o que não vazou? Essa dúvida me atormenta! Por que estão quietinhos
desta vez?
Vocês não ignoram:
petralha é gente bem informada, com os quatro membros sempre plantados no chão.
Acho que devemos incentivá-los a gritar: “Cadê a fita?” Desta vez, eles estão
quase mudos, tão discretos, tão ensimesmados! Eu gosto é de seu lado buliçoso,
bucéfalo. Eu aprecio é aquela ignorância arrogante e foliona, aquela burrice
desafiadora, de crina sempre eriçada. Admiro aquela estupidez cheia de si,
ancha (uso palavras antigas e ainda estou longe dos 70 — sei que parte da
imprensa se nega a ter mais de 12 anos…), jactanciosa, especiosa, presumida,
empavesada.
Mas eu entendo o silencio
dos que não são tão inocentes assim… Não sabem o que pode vir por aí, né? Estão
suputando (hoje eu não estou bolinho; hoje eu não estou prafrentex…) as
possibilidades. Estão numa dúvida quase existencial: “Será que a gente cobra
que a VEJA divulgue as fitas ou será que a gente enfia a rabeca no saco?”
Pois é…
A verdade insofismável,
que não se presta a nenhuma digressão redentora ou salvadora, é uma só: a
canalha que está sendo julgada no processo do mensalão tentou dar um golpe da
República. O Ministério Público conseguiu identificar operações que, tudo
somado, passam pouco de R$ 130 milhões. É claro que a paucidade (os dicionários
mais conhecidos no Brasil só registram “pouquidade”…) contrasta com o vulto da
ambição da canalha. Valério confessa: só o que ele conhece soma R$ 350 milhões.
E notem que seu esquema não lidava com empreiteiras, por exemplo… Imaginem
quantos estão suando um tantinho frio a essa altura, né?, fazendo caramunha…
Vai que alguém decida se apropinquar pra valer desse negócio… Eu estou estranho:
depois que a Folha decidiu que “prafentex” é uma palavra anciã, palavras em
desuso começaram a me assaltar.
O que a reportagem da VEJA
traz nesta semana — peçam a fita, petralhas! — é mais um capítulo da história
do verdadeiro golpe que aquela gente encetou. Não conseguiu concluir a sua obra
porque, em razão do jornalismo diligente, o esquema acabou desmoronando. O fato
é que Lula tentou o chavismo por outros meios. Se o Beiçola de Caracas não
entende outra linguagem que não a da intimidação e da violência de caráter
militar e paramilitar, os nossos autoritários, na sua condição de fatalistas
cínicos, estavam — e estão — convencidos de que todos têm um preço. Os
petralhas tentaram comprar o que Chávez conseguiu roubando. Aquele é um ladrão
de instituições; os petralhas são mercadores da ordem legal. Achavam e acham
que ela pode ser comprada e vendida.
Eles, sim, eram e são
golpistas convictos. Afinal, isso tudo a que se chamou “mensalão” era nada
menos do que uma estratégia de conquista do estado e de dominação do processo
político. No gozo pleno de sua efetivação, o golpe tornaria irrelevantes as
eleições. Ela seriam apenas a mímica da democracia que daria aparência
aceitável a uma ditadura do suposto consenso, forjado com o dinheiro público.
No comando, diz Valério a seus interlocutores (peçam a fita, petralhas!),
estava ninguém menos do que Luiz Inácio Apedeuta da Silva. José Dirceu era seu
Leporello. Como tal, tinha ciência e domínio de todas as artimanhas do Dom
Giovanni de São Bernardo, ávido para papar as instituições.
Alguns dos golpistas já
foram condenados e têm reservado seu lugar na cadeia. Na segunda o Supremo
começa a julgar os outros.
A impressionante mudança dos mesmos!
Quando
Reinaldo Azevedo, hoje defensor do PT, dos “petralhas”, de “Lula Livre”, escreveu
essa crônica, era criticado e odiado pelos petistas, por Lula e pelo site
petista 247. Hoje é adorado pelos mesmos petralhas que ele disse que mereciam a
cadeia. Abaixo, o que o 247 disse sobre a coluna do Reinaldo, publicada na Veja.com em setembro de 2012..
– Parece
não ter o fundo o poço da degradação do jornalismo brasileiro. Porta-voz informal
da revista Veja, Reinaldo Azevedo expressa a vontade do patrão Roberto Civita,
que semeia a prisão de Lula e diz que “lugar de petralha é na cadeia”. Mais:
ele diz que áudios são desnecessários em entrevistas cujos entrevistados negam
seu teor. Degradação total.
Machado Filho
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