Venezuela: Militares
fiscalizam
racionamento de gasolina
O Exército da Venezuela supervisiona desde domingo, 19, o racionamento de gasolina em
diversos Estados do país em meio ao agravamento da escassez de combustível, que
levou motoristas a esperar por horas para poder abastecer seus veículos. O
governo admitiu a falta de gasolina, mas a atribuiu às sanções impostas
pelos Estados Unidos.
“Eles tomaram controle das
bombas”, disse Rocio Huerta, gerente de um posto de gasolina em Maracaibo. “A
cada cinco horas uma divisão de inteligência do Exército vem medir quanto
combustível ainda temos. ”
O país, afetado por uma
grave crise econômica, viu a distribuição de gasolina piorar depois de a
segunda maior refinaria do país parar de funcionar e de as sanções americanas
contra o petróleo venezuelano e começarem a atingir a produção local de
combustível.
O ministro do Petróleo
Manuel Quevedo disse que a indústria de combustíveis do país está “sob ataque”
do governo americano, o que causou problemas no abastecimento. O Ministério da
Informação não quis comentar a crise.
Por conta do racionamento,
em San Cristóbal, no Estado de Táchira, soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB)
limitavam a 40 litros por veículo o limite de gasolina – o equivalente a um
tanque cheio de um carro popular. Revoltados, moradores tomaram as ruas da
cidade com barras de metal, troncos e lixo queimado.
“Como um país pode
funcionar assim? ”, questionou Antonio Tamariz, de 58 anos, que espera há dias
para abastecer o carro. “Ninguém explica o porquê de haver tantas filas. Estão
perdendo o controle da situação. ”
Em Puerto Ordaz, polo
industrial do sudeste do país, em Punto Fijo, no noroeste, e em Maracaibo, a
situação se repetiu, com os limites de combustível racionado variando de 40
para 30 e 20 litros, respectivamente.
Em Caracas, ainda há
poucos relatos de escassez e racionamento, uma vez que o governo do presidente
Nicolás Maduro privilegia a capital para o fornecimento de gasolina e energia
elétrica.
Com pouca gasolina nas
bombas, o racionamento em Maracaibo durou algumas horas. A cidade convive
também com cortes diários de luz e falta de coleta de lixo.
Com Estadão
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